A Tabua larga (typha latifolia) e Palmeira Umbela (Cyperus alternifolius) são as duas plantas indicadas por Lucau Micael e David Mbungo, engenheiros hidráulicos, depois de 90 análises feitas, para o tratamento de águas residuais em Angola
Os jovens, de 28 e 25 anos de idade, após exaustivas pesquisas tomaram conhecimento de que estas plantas podem ser usa- das para o tratamento das águas residuais, tal acontece nos outros países. Apesar de a equipa de jovens ter feito as pesquisas na terra onde residem, na província do Uíge, estas plantas são facilmente encontra- das nas demais localidades com zonas húmidas e alagadas.
Começaram a desenvolver o projecto no mês de Março de 2023, mas a equipa esperou um mês para a adaptação das plantas nos filtros e as análises começaram a ser feitas oito meses depois. Lucau Micael conta que, dos estudos realizados, os resultados foram satisfatórios.
“As águas filtradas foram leva- das para a província de Luanda, propriamente no laboratório da Ambi-África, onde foram submetidas a mais de 90 análises para se concluir que as plantas podem ser usadas para o tratamento de águas residuais”, sustenta.
Os resultados da experiência mostram que o filtro coberto de Cyperus alternifolius (BA) teve uma melhor eficiência em carência química do oxigénio e do nitrogénio (CQO e em NTK), em relação ao filtro plantado de Typha latifolia (BV), que foi melhor na remoção em matérias orgânicas CBO5.
Segundo os especialistas, este último filtro também possuiu a melhor conductividade hidráulica (2337 mL.min-1), que lhe confere a capacidade de sustentar a sobrecarga hidráulica.
Lucau Micael afirmou que o projecto pode ser implementado em zonas rurais e beneficiar uma população de até 10 mil habitantes. O custo de execução é de menos de 50% a 60% de um sistema mecanizado, sendo que a operação pode ser facilmente controlada por um simples cidadão desde que receba as instruções básicas.
Ekolimpo educa a população a separar os resíduos e ganhar dinheiro
Aziel Pascoal, 20 anos de idade, estudante de engenharia informática, no Instituto Superior Politécnico de Tecnologia e Ciência (ISPTEC), e Kelvin Domingos, de 21 anos de idade, estudante da universidade de Óscar Ribas, são mentores do projecto Ekolimpo. Este projecto visa conectar os moradores e empresas com intuito de transformar os resíduos e implementar a prática ambiental nas comunidades.
Foi iniciado em Novembro de 2023, no município do Cazenga, rua da Cerâmica, com a mobilização dos seus vizinhos na separação dos resíduos sólidos em troca de algum valor. Para melhor interação entre os vizinhos, os catadores e as empresas de recolha de lixo, a equipa desenvolveu uma aplicação para facilitar a comunicação.
“Começa- mos a trabalhar na aplicação em Dezembro de 2023 e, actualmente, está numa margem de 70% do trabalho concluído. A equipa prevê que até o dia 25 de Fevereiro seja concluído e disponibilizado nas plataformas digitais”, disseram. “Dois quilos de plásticos são 700 kwanzas e um de ferro são mil e 300 kwanzas.
Nós passamos de casa em casa e recolhemos os resíduos, posteriormente levamos os valores correspondentes a quantidade de lixo que nos foi entregue. O valor mais alto que fizemos chegar, até ao momento, é 19 mil kwanzas”, descrevem. Para permitir que a população desenvolva este hábito no município do Cazenga, será realizado um workshop numa das unidades fabris.