Na altura da ocorrência, o malogrado, mecânico, de 28 anos de idade, fazia serviço de táxi quando foi interpelado por dois homens armados que o balearam na região do pescoço.
POR: Domingos Bento
Castro Zonga foi baleado na manhã de Quinta- feira, por volta das 8 horas, nas imediações do bairro Calemba-2, por indivíduos até agora desconhecidos. Tudo começou quando a vítima, a caminho do trabalho, em virtude das grandes enchentes nas paragens, aproveitou fazer serviço de táxi com a sua viatura pessoal. Na paragem, o jovem, que era mecânico de profissão, levou três passageiros. Ao longo do percurso, um dos passageiros pediu ao motorista que parasse, para comprar uma recarga telefónica. Este, por sua vez, parou a viatura. De seguida surgiram dois elementos que seguiam numa outra viatura, de marca Toyota, modelo Rav- 4.
Na sequência, desceram e efectuam um disparo à queima-roupa no pescoço de Castro Zonga. Posteriormente, um dos passageiros, cuja identidade é desconhecida, foi igualmente baleado na perna, tendo de seguida sido amarrado e levado a parte incerta. De acordo com Marinela Zonga, depois de ser alvejado, Castro ainda foi socorrido para o Hospital Geral de Luanda, mas não resistiu aos ferimentos e acabou por falecer. Explicou que a forma como tudo aconteceu indica que o alvo principal não era o seu irmão, mas sim o passageiro que foi baleado, amarrado e raptado. “Parece que o senhor já estava a ser perseguido e o meu irmão foi apenas uma vítima por levá-lo. Só não soubemos se esse mesmo senhor estava a levar alguma coisa de valor, ou tinha cometido algum delito. A verdade é que eles enganaram-se ao matar o meu irmão.
Tanto mais é que, depois de matarem o Castro, não mexeram em nada, nem mesmo na sua viatura ”, acrescentou. De acordo com Marinela, a ocorrência durou poucos minutos e nem sequer os agentes da Ordem Publica, que ficam ao longo da estrada, se aperceberam. “Para quem conhece o Calemba-2, sabe que aquela zona é cheia de polícias. Estes só se aperceberam depois de a multidão cercar o meu irmão para tentar socorrê-lo. Mas foi tudo em vão, porque os autores do crime já se tinham retirado”. A fonte referiu ainda que diligências foram feitas no sentido de localizar ou identificar o passageiro raptado, mas todo o esforço foi em vão. Não há pistas do nome, morada, nem idade da vítima do sequestro. “É que eles fizeram tudo muito rápido. Quando pararam a viatura começaram logo a disparar. As pessoas em redor entraram em pânico, não tendo conseguido perceber absolutamente nada.
Nas mãos da Polícia
Justiça é o que a família do malogrado pede às autoridades, de forma a esclarecer o crime e responsabilizar os seus autores. De acordo com Marinela, Castro nunca teve problemas no bairro onde vivia. Em vida, era testemunha de Jeová e em casa os pais nunca registaram nenhum comportamento anormal. Segundo ainda com a irmã, o caso já está entregue na esquadra do Calemba-2, que desde o dia da ocorrência, diz estar a fazer todas as diligências no sentido de encontrar os autores dos disparos. “Estamos inconformados e precisamos que a justiça seja feita. Os autores deste crime não podem dormir sossegados. Ele era muito jovem. Não tinha dívidas, nem problemas com ninguém”. O OPAÍS contactou igualmente fontes daquela unidade policial que garantiram pronunciarem-se sobre o assunto nos próximos dias, assegurando que o caso segue o seu processo normal de investigação.