Um jovem, no bairro do Kalohombo, zona B do município de Benguela, está a ser acusado de ter embriagado e oferecido liamba a dois jovens meliantes para que estes fossem matar um outro cidadão, a quem ele acusa de ter roubado uma motorizada emprestada. Os executores, munidos de arma branca, acabaram por matar a avó daquele cuja morte lhe fora encomendada
O facto aconteceu por volta das 19 horas, e, Delfina Sampaio, a filha da vítima, conta que o seu sobrinho, de 18 anos, alugou, por dez mil kwanzas, uma motorizada para dois dias, findo os quais de- volveu o referido meio ao suposto dono (pois a moto também não era dele), mas este esconde-a e, de seguida, o acusou de não ter devolvido, e sim furtado, o bem.
Desta feita, aquele que acusa o seu sobrinho de lhe ter roubado a moto influenciou dois jovens, a quem antes terá pagado bebidas alcoólicas e estupefaciente (liamba), para que matassem o sobrinho da entrevistada. Assim que o seu sobrinho dá conta da presença dos meliantes na rua, pôs-se em fuga para dentro da casa dos avôs. Os jovens, munidos de arma branca, entram e deram de caras com os idosos. Estes, ao tentarem reagir, foram agredidos e esfaqueados, tendo um dos anciãos, no caso a senhora, não resistido aos ferimentos e perdido a vida nu- ma ambulância do INEMA a caminho do Hospital Municipal de Benguela.
A senhora, no bairro do Kalohombo, morreu, na noite de Terça-feira, 02, em consequência de um esfaqueamento feito por meliantes (estes com idades compreendidas entre 19 e 20 anos). “Ao tentar acudir, o meu pai também foi esfaqueado na palma da mão até aos pulsos. A minha mãe também foi esfaqueada, e o meu sobrinho também”, disse. A jovem lamenta o sucedido e diz que é da venda exercida pela mãe que provinha o sustento para a casa e o ordenado de reforma auferido mensalmente pelo pai não é suficiente para suprir as necessidades. Neste momento, a família está de braços cruzados sem condições nenhumas para a realização do funeral.
“Não temos como fazer para realizar o funeral. Não é a primeira vez, eles sempre alugam moto para ir passear na praia, não é a primeira vez”, disse. O porta-voz da Polícia Nacional, superintendente-chefe Ernesto Tchiwale, confirma ter chegado ao piquete da corporação, mas alegou ao jornal OPAÍS falta de dados para se pronunciar sobre o caso.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela