O acontecimento que vitimou mortalmente Adão Fernando Coxi, solteiro, de 22 anos, decorreu às 21 horas de segunda-feira, 22 de Julho, no bairro Canivete, rua dos Cacus, distrito urbano do Kima Kieza.
De acordo com Nestor Goubel, porta-voz da Polícia Nacional, o facto ocorreu quando o malogrado surpreendeu com uma faca, sob fortes ameaças de morte, um cidadão desconhecido que circulava na via pública na tentativa de retirar os seus pertences, este, por sua vez, desarmou a faca e desferiu vários golpes ao longo do corpo do infeliz, tendo atingido gravemente a região da omoplata esquerda e acabou por sucumbir no local.
Informações prestadas pela população apontam que Adão Fernando Coxi estava acompanhado de dois comparsas que, vendo o corpo do amigo estendido no chão, colocaram-se em fuga. Igualmente em fuga está o suposto assassino que, segundo as autoridades, ainda não foi identificado.
Com o intuito de escapar da perseguição vinda da população, o cidadão em causa recorreu à faca do crime para se colocar em fuga, sendo que se introduziu no interior de uma residência, causando pânico a uma família que se encontrava na sala a assistir televisão, desapercebida do que se estava a passar.
Conforme explica Gabriel Pedro, proprietário da residência onde o suposto assassino se tinha refugiado, o indivíduo procedeu dessa maneira após assassinar um jovem que, na companhia dos seus comparsas, tentava assaltar os seus haveres, tendo este desarmado a faca do jovem e atingindo-lhe em várias regiões do corpo. “O senhor encontrou o meu filho na porta de casa.
Deparando-se com o rapaz, ameaçou e o fez entrar com ele em nossa casa. Com a faca na mão, fez a minha família refém e passou pela janela que dá para a casa de um vizinho. Lá fez a mesma coisa até que conseguiu safar-se da população” disse.
No entanto, Gabriel Pedro, que ficou com ferimentos no rosto fruto da confusão que se instaurou em sua casa, tendo a população lançado objectos no interior dela, teme por retaliação, pois, a família do malogrado presume que o suposto assassino seja membro de sua família.
“No momento, os ânimos da família enlutada já estão calmos, mas temo que, no dia do funeral do indivíduo, tenha confusão em minha casa, por causa dessa situação. Eu não conheço o senhor e nem sequer faço ideia de quem se trata”, frisou.
Já Fátima Costa, irmã do malogrado, sublinha que os amigos do malogrado foram sensibilizados pelo pai e tio do malogrado e revela não haver motivos para retaliação da família do senhor Gabriel Pedro.
“Os amigos do meu irmão não queriam confusão. Eles chegaram à casa do senhor Pedro com muito respeito e pediram para que aquela família tirasse para fora o senhor que matou o meu irmão, para que pudéssemos lhe apresentar na polícia”.
Todavia, Fátima Costa nega que o irmão tenha estado envolvido nessa tentiva de assalto que culminou com a morte dele, trazendo outra versão dos factos.
Fátima Costa alega que seu irmão tinha sido teleguiado pelos amigos que já haviam procedido com o roubo e estavam a ser procurados desde o período da tarde.
À noite, prosseguiu, o irmão foi convidado pelos mesmos amigos para irem à rua de trás. Lá, se deparam com o suposto assassino que os interpelou.
“Os dois amigos colocaram-se em fuga e, como o meu irmão tinha uma lesão na perna, não conseguiu correr”, explicou.
Mas, admite que o irmão tinha uma conduta desviante, no entanto, desde a morte da mãe de ambos que se deu há 9 meses, o malogrado corrigiu-se e já não praticava acções criminosas.
Por: Stélvia Faria