A direcção do Instituto Nacional de Sangue (INS) revelou que, dada a procura por sangue, necessita de 300 mil doadores voluntários. Neste momento conta apenas com 12 mil doadores voluntários organizados em brigadas e independentes
Por: Stela Cambamba
Cerca de 300 mil doadores voluntários é a cifra que o INS tenciona atingir para dar resposta as necessidades deste “precioso líquido” nas principais unidades hospitalares a nível nacional. Neste momento, as doações são suportadas pelos familiares, o que corresponde a cerca de 80% do volume de dádivas de sangue que se consegue nas unidades sanitárias.
A directora do referido instituto, Antónia Constantino, que falava durante o encontro com activistas voluntários, disse que o grande problema não é a quantidade de sangue, mas sim a tendência em não se ter stock. Contudo, é importante que o sangue esteja reservado e disponível, com qualidade e segurança, para quem precisar.
“Temos mais de 12 mil doadores voluntários, uns organizados em brigadas e outros de forma independente, mas esta cifra está muito longe dos cerca de 300 mil que cisamos para colmatar a demanda”, revelou Antónia Constantino. Em 2017 registaram mais de 100 mil doações e, se os voluntários tivessem doado, pelo menos duas vezes ao longo do ano, teriam 400 mil doações, se doassem três ou quatro vezes, conforme a regra do doador voluntário, independentemente do sexo, não haveria tanto défice assim.
Neste particular, a responsável acredita que se as famílias trabalharem no sentido de incentivar também as outras pessoas na comunidade a doar sangue, o INS vai inverter o quadro actual, pois a grande questão tem sido o facto de muitas famílias apenas doarem quando têm preocupações no seuseio. Ninguém quer ser doador regular.
“Os constrangimentos no INS não estão nos doadores, mas sim no seu perfil e na falta de regularidade. Para tal, serão formados, ainda neste ano, 600 activistas que irão trabalhar com a instituição, de formas a inverter o quadro. Dos formados, 90 ficam na capital, noutras províncias trabalharão 30”, sublinhou.
De modo a conseguir recrutar mais doadores voluntários regulares, com a finalidade de obter mais sangue a nível nacional ao longo do ano, a directora explicou que os activistas vão sensibilizar, informar e promover uma campanha de humanização, sendo que o objectivo fundamental da formação é desenvolver uma mobilização massiva pelo país. Explicou ainda que pretendem que haja núcleos provinciais, organizações a nível das referidas regiões e assumam, com a instituição, a referida responsabilidade. Deste modo serão mais eficazes a atender as necessidades de sangue nas localidades.
Os seus parceiros são fundamentalmente as igrejas, as organizações bancárias e as instituições académicas, pelo facto de estarem espalhadas por todas as províncias. “Quanto mais as pessoas forem ouvir sobre o mesmo assunto, feito por pessoas da comunidade em que estão inseridas, muitos sentir-se-ão sensibilizados e podem aderir à causa”, reforça.
O apelo continua a ser “para que todos os cidadãos doem sangue com regularidade e vejam a doação de sangue como uma causa de todos nós, e não incumbir a responsabilidade a outra pessoa, pois qualquer dia pode ser você a precisar de sangue para manter-se vivo