O inspector-geral da Saúde, Solino Joel, disse que esta instituição tem recebido muitas denúncias sobre várias situações que acontecem nos hospitais, de entre as quais os casos de negligência médica, que, nos próximos tempos, terão uma atenção especial
Os chefes do departamento de inspecção das dezoito províncias de Angola participaram, durante dois dias, 12 e 13 de Dezembro, do workshop nacional da inspecção da saúde, em Luanda, que decorreu sob o lema “a inspecção de saúde, firme na garantia do bem-estar da sociedade”.
Com o objectivo de traçar balizas de trabalho e ter uma inspecção mais robusta e capaz de atender às queixas da população, a IGS tem trabalhado com os grandes hospitais e registado coisas que, reconhece, têm de ser corrigidas.
A negligência médica é ainda um problema, por isso, vão intensificar as acções para fazer cobro a esta situação.
De acordo com o inspector-geral da Saúde, Solino Joel, o paciente vai ao hospital à procura de um profissional que dê solução ao seu problema de saúde e ninguém deve fugir a esta responsabilidade.
“Para aqueles que fogem a esta responsabilidade, é missão da equipa que o dirige ir atrás deste profissional e corrigir o erro.
Em todo o país temos recebido várias denúncias, desde quando um doente aparece e diz que lhe foi cobrado dinheiro para ser atendido, mesmo sabendo que nos hospitais [públicos] ninguém pode cobrar pelos serviços prestados, até os mais graves”, sublinha.
Sempre que recebem alguma denúncia, disse o inspector, têm uma equipa para averiguar a situação e, muitas vezes, apanham os infractores, principalmente estes que cobram pelos serviços, que maltratam os doentes, etc.
Falsos médicos preocupam
Outro assunto que preocupa a Inspecção-Geral da Saúde é o surgimento de muitos médicos falsos a exercerem a profissão no território nacional. A este facto pede-se que a população denuncie para que sejam tomadas as medidas necessárias.
Nestes casos, os acusados são entregues ao Serviço de Investigação Criminal, o que muitas vezes tem terminado em condenação dos infractores.
Ainda sobre este assunto, o responsável fez saber que preocupa a questão do controlo das fronteiras, não só pela entrada de falsos médicos, como também para acautelar as possíveis patologias que possam surgir no país.
“Temos uma fronteira muito vasta, aérea, terrestre e marítima, pelo que se pede maior controlo dos inspectores”, apelou o responsável, que manifestou que “estamos realmente atentos, os inspectores estão a receber algum suporte sério para que cada um faça o seu trabalho”.
Melhoria dos serviços
Para o secretário provincial da Saúde de Cabinda, Rúben Buco, os serviços inspectivos devem ser permanentes e contínuos e a realização da actividade visa consolidar, cada vez mais, as estratégias no sentido de dar melhor resposta aos utentes.
Considera também importante que, tanto a ANIESA quanto a ARMED, estejam em sintonia para atingirem este mesmo objectivo de actuação.
Já o director do gabinete provincial da Saúde do Bié, João Campos, considera oportuno o encontro, na medida em que o sector da saúde ainda regista vários problemas, como técnicos falsos, medicamentos contra efeito, negligências, entre outros.
“Temos que aproveitar, no sentido de trabalharmos para melhorar a vigilância.
O Bié faz fronteira com sete províncias e há toda a necessidade de se reforçar os trabalhos”, avançou. Considera importante a melhoria das condições de saúde preventiva, para não se ter que recorrer à curativa.
“Os serviços primários, secundários e terciários devem funcionar”, sugeriu