Por se tratar uma área do saber científico que atribui valências para leccionar, a especialidade que preenche o agregado pedagógico em falta no curriculum académico da maior parte das escolas secundárias do ensino secundário foi a mais procurada em 2017.
POR: Alberto Bambi
Em conformidade com os dados fornecidos pelo secretariado do Centro Comunitário da Juventude do bairro Bonde Chapéu, município de Talatona, em Luanda, o curso de Informática atingiu, até ao fim do ano formativo de 2017, um total de dois mil e 429 alunos formados, imediatamente seguido pelo de Pedagogia com menos seis, que detinha o registo do género, nos anos anteriores.
“Tal procura se justifica, se atendermos ao tempo actual em que até para trabalhar numa lanchonete, é necessário saber trabalhar com o computador”, considerou a directora da também conhecida como casa da juventude, Carolina Ricardo. Contrariamente à expectativa de que a adesão masculina seria a maioritária, a gestora revelou que os indivíduos do sexo feminino formados no ano lectivo findo chegaram a ser mil e 249, contra os 69 homens.
“Mas isso não significa que os homens não optam por essa componente do saber, pois, enquanto as senhoras os superam no capítulo das competências do ramo, na óptica do utilizador, os varões têm tendência de desenvolver-se também nos capítulos mecânicos do computador (Hardware)”, sublinhou a directora do centro, tendo salientado que os rapazes dificilmente desistem do curso.
Outro pormenor que Carolina Ricardo achou pertinente realçar prende-se com o facto da sala de Informática possuir computadores para cada aluno, de modo a não interromper a sua sessão de treinamento, no caso de um vizinho se distrair e com prometer o desempenho do colectivo.
Seguidamente a estas duas opções, existe a de Educador de Infância, com 1.500 formados. À semelhança das áreas de Pedagogia e Informática, o referido curso também proporciona conhecimentos científicos que habilitam o formando para trabalhar em infantários e em organizações com sistema de Actividades nos Tempos Livres (ATL).´
Caligrafia com fraca adesão
Numa altura fase em que o ensino em Angola regista casos de crianças que chegam à 6ª Classe sem saberem ler nem escrever, o curso de Caligrafia é o que menos candidatos recebeu, quedando-se em 100 formados, tendo o curso de Decoração sido averbado com cinco centenas de candidatos. A responsável assegurou que o curso de Caligrafia ministrado no Centro Comunitário da Juventude é reforçado com aulas de discurso oral e noções referentes a esta área do saber.
À luz desse fenómeno, a responsável da instituição de formação recomenda às direcções de escolas públicas ou privadas, principalmente as da redondezas, a incentivarem as crianças, adolescentes e jovens, para ingressarem na também denominada “oficina de correcção das letras”, onde ainda há condições para conhecerem modalidades de leitura, poder de análise ou interpretação de textos.
Internamente, o Centro Comunitário da Juventude desenvolve políticas de testagem, apresentação, avaliação e acreditação do produto dos seus alunos, disponibilizando oportunidades para o formando exibir as apreensões, em textos de interesse público, devidamente recomendados, jornais murais e outras formas de exposição que merecem a observação e reacção dos destinatários. O plano de férias, recentemente reforçado pela direcção deste estabelecimento de formação, é também concebido como uma marca que faz a diferença.