Agentes desportivos ouvidos por este jornal foram unânimes em afirmar que a indisciplina financeira, bem como a ausência de orientação tem contribuído para que muitos jogadores caiam em situação de desgraça assim que terminam a carreira
O agente de futebol, Gésio Rodrigues, disse, nessa Quinta-feira, a este jornal que boa parte dos futebolistas tem caído em situações precárias, após o término das suas carreiras, devido à falta de ensinamentos por parte dos respectivos agentes, no que diz respeito à gestão financeira.
Gésio Rodrigues fez saber que a maior parte dos agentes tem vindo a demonstrar maior preocupação em colocar os atletas nas melhores equipas para benefício próprio do que ensiná-los a investir em vários domínios, no sentido de virem a ter uma vida tranquila, após o fim da carreira.
Acrescentou que um agente não deve apenas preocupar-se em “fazer dinheiro”, mas também em ter uma postura pedagógica para com o seu atleta, por forma que este venha a tornar-se num exemplo para a sociedade.
Mas, alertou que os agentes não têm sido determinantes no póscarreira dos futebolistas, visto que a maior parte prefere seguir a vida sem orientação.
Gésio Rodrigues disse não ter dúvidas de que muitos jogadores têm tomado decisões do género, porque acreditam ter domínio suficiente para gerir as suas próprias carreiras.
Adicionalmente, o dirigente fez questão de sublinhar que a falta de instrução familiar associada à ausência de ambição no pós-carreira tem sido um «handicap» para os jogadores.
“A indisciplina financeira e a falta de instrução familiar têm vindo a ser um factor crucial. Alguns agentes não têm passado os devidos ensinamentos em matéria de gestão financeira.
Mas isso não é apenas um problema do agente.
É que muitos preferem não acatar as orientações”, disse Gésio Rodrigues.