Por conta de uma notícia veiculada numa das publicações angolanas, segundo a qual um grupo de estudantes bolseiros está, até à data desta entrevista, sem subsídios dos meses de Dezembro de 2023 e de Janeiro de 2024, o responsável máximo do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE) culpa os formandos que se encontram nessa situação
A tendo-se ao reclamado subsídio de Janeiro de 2024, Milton Chivela detalhou os procedimentos por que passam as movimentações para que o dinheiro chegue à ´mão dos estudantes bolseiros´, tendo esclarecido que o instituto que dirige não recebe um bolo global anual, mas, sim, uma dotação financeira mensal que depois obedece a trâmites legais para aquisição de divisas, as quais faz chegar aos beneficiários.
“Este processo pode durar, por norma, um mês ou mês e meio, o que dá a qualquer um a percepção fácil de concluir que o dinheiro do primeiro mês deste ano ainda não está na conta dos bolseiros”, esclareceu o director do INAGBE, garantindo, entretanto, que os subsídios referente ao mês de Dezembro já foram alocados nas contas dos estudantes.
Segundo ele, os bolseiros que se esforçam em cumprir cabalmente com as recomendações do instituto também têm critérios de gestão mais apurados do dinheiro que lhes é atribuído.
Milton Chivela ajudou a compreender que pode fazer sentido a reclamação desses bolseiros, por não terem subsídios, mas não pelas razões de não o terem, pois, segundo adiantou, era necessário que os queixosos tivessem a coragem de informar que não estiveram presentes nas terras onde estudam, durante a prova de vida, porque se ausentaram, sem dar qualquer satisfação à entidade que cuida de alocar o dinheiro nas suas contas.
“E o nosso regulamento é bastante claro. O estudante que não se fizer a prova de vida obrigatória fica privado do subsídio, até voltar a regular a sua situação”, mencionou Milton, exortando os visados a não procederem à margem do compromisso que assinaram com o INAGBE e com o país.
Embora, até à data desta entrevista, tenha admitido que os reclamantes, para si e para a instituição que dirige, não tenham nomes, nem rostos, Milton Chivela aproxima a tendência a um grupo de estudantes bolseiros destacados em Portugal que faltou na prova de vida.
Refira-se que, quanto a acusada ausência na prova de vida, os bolseiros que, recentemente, deram entrada de uma carta aberta aos ministérios do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI), das Finanças (MINFIN) e à Assembleia Nacional (NA), solicitando regulação imediata do pagamento do que lhes é devido, manifestaram o seu repúdio por alegadamente terem sido rotulados como “turistas”, quando a sua vida tem sido comprometida aos estudos e às pesquisas.