O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, disse ontem estar confiante na ratificação dos protocolos de adesão da Finlândia e da Suécia à organização pela Turquia.
“Sei qual é a importância de finalizar o processo de adesão dos dois países com a ratificação nos parlamentos húngaro e turco e estou confiante de que isso vai acontecer”, sustentou Jens Stoltenberg em conferência de imprensa conjunta com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em Bruxelas.
No Domingo, o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, disse que há exigências feitas por Ancara para validar a adesão de Estocolmo à OTAN que o país “não pode cumprir”.
“A Turquia quer coisas que não podemos e não queremos dar-lhe.
Agora, a decisão da adesão à aliança recai sobre os turcos”, declarou.
No centro do impasse está a exigência por parte de Ancara de que Helsínquia e Estocolmo entreguem todos os indivíduos acusados pelas autoridades turcas de pertencerem a organizações curdas consideradas terroristas por aquele Governo, nomeadamente o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
“Estou confiante na finalização do processo de adesão da Finlândia e da Suécia e que todos os aliados da OTAN vão ratificar nos respectivos parlamentos.
O mesmo vai acontecer na Turquia”, insistiu Stoltenberg, questionado pelos jornalistas.
Dos 30 Estados-membros da OTAN, apenas Budapeste e Ancara estão por ratificar estes protocolos.
Mesmo assim, o secretário-geral da aliança militar recordou que este foi o “processo mais célere” de adesão na história da OTAN: “A Finlândia e a Suécia candidataram-se em Maio do ano passado.
” E no ano passado, durante a cimeira da OTAN, em Julho, em Madrid, houve a “decisão histórica de um acordo entre a Turquia, a Finlândia e a Suécia”, nomeadamente em matéria de “luta contra o terrorismo”, para acelerar a adesão à organização dos dois países.
“A Turquia tem preocupações reais [com o terrorismo], nenhum país da OTAN sofreu tantos atentados quanto a Turquia”, reconheceu Jens Stoltenberg.
Em simultâneo, a Finlândia e a Suécia já têm garantias de segurança de vários países, nomeadamente os EUA, “através de reuniões bilaterais, e já participam nas reuniões ministeriais da OTAN”.
“Hoje é inconcebível que a Finlândia e a Suécia enfrentem alguma ameaça militar sem que a OTAN reaja”, assegurou o representante máximo da organização.