A 1.ª edição do Festival Internacional de Escalada de Angola, que terminou ontem, na província da Huíla, trouxe consigo um conjunto de oportunidades de negócios para serem desenvolvidos no Miradouro da Serra da Leba, assim como a necessidade de preservar melhor o espaço, revelou o presidente do Conselho Executivo da Associação de Promotores e Operadores de Turismo (HOTOUR), João Lopes
O líder associativo afirmou que há um conjunto de negócios que se podem desenvolver no local, como a questão do mercado de artesanatos, a possibilidade de fixação das taxas de portagens, entre outros.
João Lopes referiu-se ainda à necessidade de mais apoios para o aproveitamento da Serra da Leba como um ponto turístico na sua totalidade, salientando a importância do estabelecimento de uma parceria público-privada para este fim.
Defendeu ainda a necessidade da criação de parques de campismo para que existam condições de receber turistas no próximo ano, sem ter de adaptar estruturas para tal.
Para as próximas edições, defendeu a criação, pelas autoridades, de uma rota de autocarros durante a semana do festival, uma vez que os operadores não podem fazê-lo, por ser muito oneroso dado a conjuntura social.
Segundo a Angop, disse que, durante o evento, teve lugar um processo de limpeza da Serra da Leba, integrando a questão do ambiente na preservação de todo ecossistema, onde os escaladores tiraram duas toneladas de lixo deixado por pessoas que visitam o local, o que mostra a necessidade de preservação do espaço.
Por este motivo, defendeu também a necessidade de um maior engajamento da população na preservação do local. “Há todo um conjunto de situações que temos de trabalhar na próxima edição do evento”, frisou.
Outro aspecto menos bom, de acordo com João Lopes, esteve relacionado com a questão dos transportes aéreos, tendo-se verificado vários transtornos, porque a maioria dos participantes estrangeiros veio pela Namíbia e estavam a contar que houvesse abertura Windhoek/Lubango, o que não teve lugar e tiveram de fazer por autocarro.
Por sua vez, o coordenador-adjunto da Climb Angola, David Wells, ressaltou que os profissionais e amadores do referido desporto radical ficaram maravilhados e dispostos a promover o local com fotografias e outros saberes para que, no próximo ano, estejam o dobro ou triplo dos participantes actuais.
Destacou que se depararam com a falta de ligação de água e electricidade no local onde acamparam, situações que devem ser melhora- das para albergarem mais pessoas.
Apesar de não ter finalizado a abertura das 100 vias previstas para os nove dias do evento, foram concluídas 67, perfazendo assim 97, com as anteriores 30 já existentes.
Durante o período, foram ainda formados 20 novos escaladores. Esteve presente no local o canal CNN, que reportou o evento todos os dias. O 1.º Festival Internacional de Escalada de Angola, promovido pela Climb Angola, em colaboração com a HOTOUR, contou com 40 escaladores de 18 países, incluindo Angola.