Vinte e três suicídios foram registados no primeiro trimestre do ano em curso pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) na província da Huíla, representando um aumento de três casos em relação ao igual período anterior
De acordo com o porta-voz do SIC/Huíla, inspector Segunda Quitumba, dos casos registados destaca-se 19 por enforcamento e um com recurso a arma de fogo, cujas idades variam entre 12 e os 65 anos.
Em declarações à ANGOP, ontem, Quarta-feira, nesta cidade, a fonte disse que 19 das vítimas são homens, sendo que os casos ocorreram nos municípios do Lubango (12), Gambos (dois), Matala (dois), Cuvango, Chicomba, Chibia, Caluquembe, Jamba, Quilengues, Quipungo, ambos com um, respectivamente. De entre as motivações, conforme investigações do SIC, estão a impotência sexual, problemas conjugais e familiares, depressão, dívidas, acusações de feitiçaria, desemprego e outras por se esclarecer.
Sobre o assunto, o psicólogo Lino Camufingo afirmou ser um acto deliberado, que de forma intencional a pessoa tira a própria vida, havendo vários factores conexos que estão na base de comportamentos suicidas ou de auto- agressão. A respeito do comportamento suicida apontou os transtornos psiquiátricos, desde a esquizofrenia, a bipolaridade e a depressão. Já na fase mais avançada são provocados por conflitos familiares, violência, questões passionais, o abuso ou uso de drogas, que leva a pessoa a ter um sentimento de culpa e a tirar a própria vida.
“É também um dos elementos que está na base dos comportamentos suicidas, os traumas emocionais como diagnóstico de algumas doenças como o VIH/Sida, em que as pessoas chegam ao ponto de não suportar ou aceitar a condição”, considerou. Salientou ser necessário que a sociedade esteja mais atenta aos sinais de pessoas com tendência de suicídio, pois tendem a isolar- se, apresentam um comportamento que emite alguma agressividade sem explicação, entre outros.
“Em termos psicológicos, na linguagem de saúde mental, qualquer um que tem tendência suicida tem o critério de internamento e quando alguém tentou o conselho é pro- curar um especialista ou profissional em psiquiatria para dar um seguimento mais adequado a este caso ”, continuou.
Apelou as famílias a servir como base e oficina de produção de carácter, porque ela tem o papel de apoio e deve entender as dificuldades dos doentes, ser flexível, no sentido de dar espaço a essas pessoas pois quem tira a própria vida não vê soluções daí as famílias servirem como apoio social, psicológico e afectivo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta o suicídio como a quarta maior causa de morte entre os jovens dos 15 aos 29 anos de idade em todo o mundo e alerta a necessidade de estar atento com pessoas que apresentam instabilidade emocional e pouca resiliência.