Apesar de o país se encontrar numa fase em que a falta de sangue nos hospitais se agravou, no Hospital Geral Especializado Neves Bendinha, a entrega dos dadores familiares, cuja intenção primária é salvar seus parentes internados, assegura as cirurgias
A responsável pelo serviço de hemoterapia do Hospital Geral Especializado Neves Bendinha, no bairro Popular, em Luanda, Delfina André, garantiu ao jornal OPAÍS que o banco de sangue da sua unidade sanitária ainda suporta aquela que considera média semanal de 35 hemo-transfusões. Para tal, o também conhecido como “Hospital dos Queimados” conta com a vontade dos familiares dos doentes internados que, diariamente, são sensibilizados e mobilizados para doar sangue, de modo a se evitarem interrupções no tratamento dos queimados, que se quer regular.
A regularidade com que acontecem essas doações permite que a instituição de saúde não tenha apenas sangue dirigido de familiar para respectivos pacientes, mas o tenha num estoque diário que facilita a média de hemo-transfusões diária, segundo a fonte. A responsável dos serviços de hemoterapia do Neves Bendinha manifestou, contente, por se angariarem também, nesse processo, o tão requerido grupo sanguíneo O-RH positivo.
Delfina André garantiu que o banco de sangue do hospital Neves Bendinha responde sempre às necessidades dos doentes. Porém, é de opinião que se aproveite a corrente que o Instituto Nacional de Sangue está a lançar, a fim de se mudar o quadro actual em que os cidadãos encaram com tabus, preconceitos e indiferença a questão da doação de sangue.
“Trata-se de se estabelecer metas para aumentar o número de dadores voluntários, elevando a conscientização sobre a importância da doação de sangue, ao ponto de se aumentar, igualmente, a taxa de retenção dos dadores regulares”, realçou a técnica de saúde. À população, a responsável da área que cuida de disponibilizar sangue a favor dos doentes aconselhou a adesão à doação deste líquido, porque, para si, sem os dadores, os bancos de sangue não têm como responder às necessidades dos doentes.
Quanto aos receios que os populares criam quando se trata de doar, Delfina André referiu que doar sangue não prejudica a saúde. “Pelo contrário, enquanto se doa sangue se tem o privilégio de saber do verdadeiro estado serológico individual, e não só”, considerou a responsável do serviço de hemoterapia, tendo reiterado o slogan universal “Doe sangue e salve vidas”! Finalmente, a técnica de saúde enquadrou o apelo no interesse particular da sua instituição, convidando os cidadãos a serem dadores do Hospital Geral Especializado Neves Bendinha, onde reconhece haver ainda um grupo reduzido de dadores voluntários regulares.