A escassez de médicos e enfermeiros no Hospital Geral de Luanda foi uma das inquietações apresentadas ontem, Quarta-feira, aos deputados da 10ª Comissão da Assembleia Nacional, pelos responsáveis da unidade hospitalar ao longo de uma visita à instituição.
No decurso da visita, os deputados receberam informações sobre o funcionamento do hospital e as suas maiores dificuldades. Segundo o representante da comissão de deputados, Raul Danda, constatou-se que a falta de médicos tem causado um grande embaraço à agilidade nos serviços prestados, dificultando assim o desempenho da equipa naquela unidade. De acordo com Raul Danda, a direcção do hospital informou que um médico chega a fazer cerca de 25 partos diários, a maior parte destes à cesariana, o que constitui uma elevada carga de trabalho.
“A forma com que se trabalha neste hospital, seja qual for a sua dimensão, a tarefa é difícil, havendo a necessidade urgente de aumentar o pessoal médico, para a realização dos serviços prestados”, acrescentou o deputado. Adiantou ainda que a remuneração é um aspecto que também deve ser revisto, salientando que existe um grande descontentamento entre os técnicos de saúde no que toca aos salários. Frisou que os deputados anotaram as preocupações e vão apresenta- las à Assembleia Nacional, bem como discutirão estratégias com o Ministério da Saúde para o melhoramento do funcionamento daquela unidade hospitalar. Por seu turno, o director do referido hospital, Carlos Zeca, espera por mudanças imediatas após essa visita, que “foi oportuna”.
Referiu que o hospital necessita de mais médicos, porém, a sua contratação requer um concurso público. “Neste momento, precisamos de cerca de 56 médicos, mas tendo 20 profissionais como médicos e enfermeiros já ajudaria bastante”, salientou. Referiu que a unidade recebe diariamente 1.350 pacientes que dão entrada nos diversos bancos de urgências e consultas nas externas, tendo adiantado que se regista um aumento comparativamente ao ano anterior. Informou que o índice de mortalidade baixou consideravelmente, na ordem de 1,4 por cento, com um registo de 20 a 25 mortes por mês, em que a patologia mais frequente é a malária.