O Hospital Central do Lubango está a instalar a sua primeira ala de quimioterapia, que deve ser aberta dentro de três meses, para o tratamento de pacientes com cancro, num investimento suportado pela própria unidade
Aacção surge após o início do registo oncológico de base populacional, iniciado em Janeiro de 2022.
Essa será a primeira sala de tratamento da doença na regiao sul do país, que actualmente é forçada a mandar os seus pacientes a Luanda.
A quimioterapia é um dos principais tratamentos utilizados para combater o cancro e baseia-se no uso de medicamentos para destruir as células que formam o tumor, impedindo que a doença espalhe-se.
Em declarações à ANGOP, terça-feira, no Lubango, a coordenadora provincial do registo do cancro na Huíla, Eliane Azevedo, afirmou tratar-se de uma sala localizada perto do serviço de gastrenterologia.
“Era uma sala usada para outros fins, dentro do hospital e está a ser adaptada para uma do padrão para este tipo de serviço, com vários compartimentos, desde onde vai se preparar a quimioterapia, o local de espera e onde os pacientes vão receber o tratamento”, explicou.
Declarou que a parte da infra-estrutura está preparada, devendo criar-se condições para prover os fármacos, que são onerosos.
O registo oncológico de base populacional, iniciado em Janeiro de 2022 já alistou 857 casos, no seu primeiro ano de implementação, um projecto financiado pela organização americana Vital Strategies.
Em relação ao projecto, uma equipa internacional, incluindo técnicas da Vital Strategies, liderada pelo coordenador da African Cancer Registry Network (AFCRN) Rede Africana de Registo de Cancro, Donald Maxwell Parkin visitou à província, na semana finda para fazer uma avaliação do projecto que estão a financiar.
Donald Maxwell Parkin avançou que vão continuar a observar os progressos do registo e daqui há seis meses ou um ano, em função dos resultados a obterem, definirse-á se o cadastro vai fazer parte da Associação Africana de Registo do Cancro.
Mostrou-se preocupado com a falta de um médico oncologista no hospital, para a melhoria do registo por meio do diagnóstico.
Já o responsável da Escola de Oncologia dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Lúcio Lara Santos, disse que o que mais preocupa é o facto de os doentes não terem todas as condições de poderem ser tratados localmente.