O director do Hospital Geral de Benguela (HGB) garantiu, em declarações ao jornal OPAÍS, a existência de uma linha de equipamentos estrangeiros, mas o médico Benedito Quintas assegurou ter accionado um pacote de formação aos quadros que permitem debelar qualquer problema técnico, de modo a não condicionar o atendimento a pacientes que acorrem diariamente àquela unidade sanitária de nível terciário
O responsável diz que a linha de equipamento s na unidade sanitária é de origem estrangeira, mas não há nenhuma parada por alegada falta de manuseamento e com algum problema de natureza técnica. No capítulo das avarias, a maior unidade hospitalar dispõe de técnicos formados para atender a casos pontuais.
“Quando se fazem aquisições, feitas por fornecedores, tem a responsabilidade de elaborar um programa de formação que é para capacitar os técnicos que vão fazer o uso desse equipamento”, reforça. Isso, em certa medida, conforme esclareceu, permite ao técnico ter o domínio dos equipamentos postos à sua disposição e, em caso de qualquer in- suficiência, ele apresentar-se capaz para corresponder às expectativas e não defraudar a quem procure por aqueles ser- viços.
Este jornal apurou que no hospital vários técnicos angolanos recebem, regularmente, experiência de expatriados, com destaque para chineses, porque alguns equipamentos são provenientes da China . “Observado esse aspecto , nós temos tido uma dinâmica funcional normal.
Os equipamentos que chegam ao hospital Geral de Benguela são usados com normalidade”, reforça o director Benedito Quintas, realçando que enfermeiros, médicos e técnicos de diagnóstico e terapêutica são também submeti- dos a treinamento para ganharem “proficiência no uso desses meios disponíveis”. “Na verdade, as dificuldades são supera- das pelos treinamentos”, assegura.
Acompanhar a evolução dos equipamentos
O médico afirma que não se- ria possível usar equipamentos como o de imagem, raio X, ecógrafos, TAC, bombas de seringas difusoras( utilizados em urgências e cuidados intensivos), máquinas de ventilação (utilizados em blocos operatórios) e todo aparato do bloco operatório com suporte tecnológico se a sua instituição não dispusesse de técnicos capazes de os manusear e atender a questões técnicas decorrentes de uso permanente.
“Esses equipamentos evoluem. Eventualmente, nós tínhamos uma linha de equipamentos determinada e, com o tempo, vai se tornando obsoleto ou vai tendo menos qualidade técnica do que aquilo que são exigidos de acordo com as necessidades actuais. A passagem de um meio para outro tem que sempre ser levada por um pro- cesso de formação”, realça. O responsável daquela unidade sanitária de nível terciário diz haver um esforço de colaboração com a entidade a quem cabe às aquisições de equipamentos, no caso o Ministério da Saúde, virado, essencialmente, aos objectivos globais.
“Existe um esforço de colaboração.E nós, localmente, podemos aplicá-los que é para atingir os melhores níveis possíveis de atendimento com qualidade desejada para as populações”, sublinha. Mas, apesar desse “esforço” de que fala o director do HGB, há quem ainda encontre sérias dificuldades em manusear deter- minados aparelhos, apelando, por isso, ao ministério de tutela, no caso a Saúde, que o desejo de adquirir equipamentos na China deve também ser acompanhado à questão técnica. “Porque há vezes que os tais manuais vêm todos em manarim e a pessoa não consegue manusear e também os colegas da área técnica têm um ou outro problema”, considera uma médica que se identifica apenas como Teresa, por não querer ser “notada”, como disse.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela