Há falta de carteiras e de merenda escolar, entre outras carências que costumam a pôr em causa as aulas na única escola pública, de três salas de aulas, no bairro Jacaré I.
POR: Alberto Bambi
Os moradores do bairro Jacaré, município de Belas, em Luanda, manifestaram o seu contentamento ao saberem que a sua localidade foi contemplada com a edificação de uma escola do tipo T12 (de 12 salas), no desdobramento do Orçamento Geral do Estado referente ao sector social. “Esta é uma das nossas necessidades do povo do Jacaré, por isso, ao ouvirmos sobre o assunto, através de alguns funcionários da Governo e de alguns militares de alta patente que têm terreno aqui na área, ficamos muito satisfeitos, porque, assim, os pais vão poder gastar menos dinheiro para matricular e manter os filhos na escola”, desafogou Domingos Sabalo, tendo revelado que a comissão de moradores já tem reservada uma parcela de terra para tal fim, há mais de cinco anos.
Maria Catarina aplaudiu igualmente a política do Governo de construção de estabelecimentos de ensino nas áreas sub-urbanas, por si cassificadas por “aldeias de Luanda”. Ela informou que desembolsa, mensalmente, 20 mil Kwanzas com os seus quatro que frequentam alguns dos muitos colégios do ensino secundário do Iº e IIº Ciclo instalados nessas paragens, sendo que os mais novos, da 8ª e 9ª classes, pagam uma propina estipulada em três mil, cada um, e os mais crescidos, sete mil, por se encontrarem a frequentar classes pré-universitárias, que não precisou.
A interlocutora de OPAÍS adiantou que o bairro Jacaré possui apenas uma escola do ensino primário que foi inaugurada pelo antigo ministro da Educação, cujo espaço foi cedido pelo antigo coordenador do bairro, Bernardo Muquixi, que erguera as primeiras salas de aulas com ajuda de seus colaboradores directos e familiares. Maria Catarina contou ainda que a orientação era para se construir uma instituição escolar de seis salas e fez-se apenas três, uma situação que deixou desconfortável o dirigente do Ministério que a inaugurou, ao ponto de, na altura, desabafar que tinha vindo preparado para proceder à inauguração de seis salas. “Por isso, esperamos que aqui se construa mesmo a escola que está no papel e se gaste todo o dinheiro que for dado para tal fim, em benefício do estabelecimento de ensino, alunos e professores”, pressagiou Maria Catarina. Invocou de seguida a necessidade de carteiras, merenda escolar, apoio ao transporte dos professores e outras carências que costumam a pôr em causa as aulas das crianças.
O adolescente Esteves Mateus estuda a 8ª no mesmo colégio que o viu fazer as classes anteriores. Disse que nunca teve oportunidade de ser matriculado na única escola primária pública por falta de vaga. Aos 13 anos de idade, o garoto já se arrisca a fazer conta dos gastos a que os seus pais tiveram que incorrer, adiantando, por isso, que pretende ser professor, para começar a compensar o esforço dos progenitores mais cedo. Relativamente à escola a ser erguida no bairro, o rapaz, que seguiu com bastante atenção a exposição de Dona Catarina, pediu aos dirigentes para seguirem a construção, a fim de não edificarem uma escola de pouca duração. “Porque depois vão pôr aqui os chineses e a obra não vai durar”, atirou Matetá, como é conhecido no seio dos amigos.
Instituição no limite de três bairros Atendendo a invocada convivência sadia com as coordenações dos bairros Tanque Serra, Macuya e de outros emergentes e limítrofes, alguns indivíduos afectos à comissão de moradores do Canhanga- Jacaré, nome tradicional pelo qual é conhecida a localidade em causa, fazem saber que se decidiu reservar um terreno que dá cara para os três subúrbios ora citados. “A ideia é facilitar a vida dos infanto- juvenis dos três bairros, diminuindo, deste modo, as despesas dos respectivos pais e encarregados de educação, que, até agora, recorrem aos colégios para os filhos não ficarem fora do sistema de ensino.
Sob alçada da administração
Contactado que foi a chefe do ensino Geral da Educação pela repartição municipal do sector em Belas, Dona Ângela, como é familiarmente tratada, a própria remeteu a equipa desta reportagem ao titular da pasta municipal. OPAÍS ainda contactou uma fonte da Educação, que se dignou a explicar que havia um plano de construção de algumas escolas primárias T 12 e outras secundárias do I e do II Ciclos, respectivamente T 15 e T20.