No ano passado o sindicato apresentou um caderno reivindicativo ao Governo local, em que manifesta as principais dificuldades que a classe enfrenta, mas, até ao momento mais de 60 por cento das preocupações não foram resolvidas, dizem.
O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde no Huambo deu trinta dias para o Governo local resolver as preocupações inscritas num caderno reivindicativo apresentado o ano passado, caso contrário, decretarão greve. Dentre as preocupações constam a situação dos médicos com vínculos de enfermeiros, falta de pagamento de horas extraordinárias, mudanças de categorias e actualizações de carreiras. Segundo o presidente do sindicato, Félix Amândio Ulica, em entrevista à Rádio Mais Huambo, o referido caderno reivindicativo foi aprovado no ano passado, à margem da realização de uma assembleia geral que juntou todos os associados.
Posteriormente, os líderes dos sindicalistas mantiveram um encontro com o Governo Provincial, em Novembro, no qual apresentaram o caderno reivindicativo. Porém, na altura, de acordo com o sindicalista, as autoridades locais se comprometeram a resolver as preocupações, mas, passados esse tempo, não resolveram cerca de 60 por cento delas. Assim, de forma a exigir a resolução imediata das preocupações, Félix Ulica fez saber que se num período de trinta dias o Governo não cumprir com as exigências, a classe poderá avançar com uma greve generalizada.Para já, Félix Ulica disse que o sindicato reuniu esta semana com a vice-governadora para o sector Político e Social para abordar o assunto.
Na ocasião, a governante, segundo ele, mostrou-se bastante preocupada com a situação em que se encontram os profissionais da saúde e garantiu levar as preocupações ao Ministério da Saúde, a fim de as solucionar. Não obstante isso, o presidente do sindicato considera que há algumas preocupações que não precisam da actuação do Ministério da Saúde e podem ser resolvidas a nível local, como é o caso do pagamento das horas extraordinárias em algumas unidades sanitárias. Conforme explicou, tem havido incumprimento por parte de alguns gestores na remuneração das horas extraordinárias. A título de exemplo, Félix Ulica citou o caso do hospital do Huambo, que tem pago as horas extra de forma efectiva, sem sobressaltos. Já as outras unidades não têm feito a mesma coisa, o que torna a vida de muitos profissionais num verdadeiro embaraço.
“Se estamos no mesmo Governo, como é possível que alguns pagam e outros não? Logo, é sinal que alguma coisa não deve estar bem. Portanto, tendo em conta a nossa posição, enquanto parceiros sociais do Governo, achamos por bem conceber mais trinta dias para a resolução destas situações”, Frisou. Acrescentou de seguida que “em caso de incumprimento vamos comunicar, em conferência de imprensa, a nossa posição”. Félix Amândio Ulica explicou ainda que a decisão já é do conhecimento da Direcção Provincial da Saúde, que se tem mostrado aberta ao diálogo com os sindicalistas. “No âmbito da interação que temos tido com a Direcção Provincial da Saúde, nós vamos tentar ultrapassar essas questões e outras tantas que inquietam a nossa classe. Esperamos que nesses trinta dias todos os pontos do caderno reivindicativo tenham efectiva solução”. No Orçamento Geral do Estado (OGE) deste ano, o sector da saúde na província do Huambo está contemplado com uma verba global 15 biliões, 114 milhões, 904 mil e 908 Kwanzas.