O vice-governador para o sector Técnico e Infra-estruturas, Gonçalves Delany, instou a Polícia Nacional a empenhar-se para o combate ao crime organizado em Benguela e manifestou que o governo local quer andar de mãos consigo na materialização de tal desiderato
“O crime organizado sempre existiu e o trabalho da Polícia todos os dias é combater esse fenómeno”, desabafou à imprensa, momentos depois de ter entrega- do motorizadas e viatura ao Serviço de Investigação Criminal (SIC) e ao Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP). O governante reconheceu, no entanto, que se tem vindo a registar melhoria significativa no combate a tal prática e citou como exemplo a forma como a corporação agiu na transição de 2023/2024.
“Vimos que a Polícia foi exemplar durante a quadra festiva. Teve uma autuação brilhante, não tivemos grandes problemas a nível de crimes e outra natureza de problemas”, enalteceu. O SIC e o DIIP, dois órgãos adstritos ao Ministério do Interior (MININT), viram reforçadas as suas capacidades de autuação na periferia de Benguela com a disponibilização, por parte do Governo Provincial, de uma viatura e 23 motorizadas, sendo 10 para o primeiro e mais uma viatura e 13 para o segundo.
As autoridades locais reconhecem que os meios ora postos à disposição ainda são exíguos, não fazem face à demanda, em função do quadro de necessidade da Polícia Nacional, mas Gonçalves Delany salientou que, aos poucos, se vão dando respostas aos inúmeros desafios da corporação, que não se circunscreve apenas à componente de transporte, há também a assinalar a questão de infra-estruturas que carecem de alguma intervenção. “Temos de fazer algum investimento também a nível das infra -estruturas para termos a Polícia melhor servida e, por conseguinte, uma prestação de serviço melhor”, disse.
O governante refere que com o gesto se reforça o parque automóvel do SIC e do DIIP, na perspectiva de continuar a incutir o setimento de segurança no cidadão. “São meios que vão reforçar o modus operandi da Polícia Nacional no combate à criminalidade”, considerou o vice-governador, que manifestou o desejo de ver diminuído drasticamente o índice de crime na província, com destaque para o município sede, Benguela. Por outro lado, o Governo Provincial de Benguela promete, para os próximos tempos, proceder mais a um reforço da capacidade com meios a outros órgãos, afectos à Delegação local do MININT, que, nessa fase, não tenham sido contemplados.
Meios vão colmatar mas precisa- se de mais
O director provincial do Serviço de Investigação Criminal, Domingos Sebastião Luís, afirmou não ter dúvida de que as motoriza- das vão permitir à sua instituição penetrar na periferia de Benguela, para fazer um trabalho com mais acutilância, todavia considera haver necessidade de mais meios para aquele órgão. “Precisamos dessas motorizadas para o trabalho de enfrentamento. Para alguns casos mesmo na perseguição aos marginais”, assegurou, sendo certo que, por essa altura, os crimes que vão, em certa medida, tirando o sono ao SIC são os de roubos com recurso a arma de fogo, abuso sexual e homicídio. Nós últimos tempos, a violação de cadáveres tem vindo a preocupar algumas organizações sociais e políticas, de entre as quais a OMA.
Questionado sobre a quantas Benguela andava neste quesito, o director do SIC diz que estão a ser dados passos significativos tendentes à inversão do quadro. Juntamente com efectivos de outras áreas, com os Polícias da Ordem Pública à cabeça, o SIC tem estado a trabalhar para intensificar a segurança nos cemitérios da província, segundo o nosso inter- locutor. “A segurança já existe. A partir daquela altura, aumentou-se mais o nível de segurança naquele perímetro”, garantiu. Por sua vez, o responsável do Departamento de Investigação de Ilícitos Penais, Gabriel Kakissi, considerou que os meios vão aumentar a capacidade operacional da sua instituição no que respeita ao combate à criminalidade violenta, a que se tem vindo a assistir no município de Benguela.
De entre as ilicitudes, o responsável apontou o conhecido roubo por esticão (em que dois indivíduos a reboque de uma motorizada subtraem bens de um cidadão pedestre e não só) e aquele feito com recurso a arma de fogo. “Nessa altura, o que mais preocupa são os crimes de rua que, de algum modo, geram um sentimento de insegurança na periferia”, considerou.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela