Os directores províncias dos Gabinetes dos Transportes, Trafego e Mobilidade Urbana do Namibe, Huíla, Cunene, Cuando Cubango e Huambo estão reunidos, desde ontem, na cidade do Lubango, para traçarem estratégias que possam encontrar soluções para os problemas que os prestadores deste serviço enfrentam no extremo sul do país
Os participantes no primeiro encontro regional dos sectores dos transportes manifestaram estar conscientes das reclamações das populações por causa das debilidades na prestação dos serviços de mobilidade urbana, sobre- tudo nos transportes urbanos. A responsável do sector na província da Huíla, Gracinda Gonçalves, na qualidade de anfitriã, disse que a problemática da falta de organização do serviço de transporte na cidade do Lubango foi um dos temas apreciados pelos participantes que esperam que se encontrem soluções.
Segundo a responsável, a falta de organização dos serviços públicos de transporte é provocada pela ausência de uma delimitação mais efectiva do percurso nas diversas rotas operadas pelos autocarros públicos, bem como a falta de ordenamento do serviço de táxi prestado pelos azuis e branco e moto-taxistas. “Vemos todos os dias que nas paragens há sempre enchentes, então, achamos que há necessidade de incrementar uma nova dinâmica no sector dos transportes a nível da nossa cidade”, frisou, reconhecendo que “os taxistas e moto-taxistas desempenham um grande papel na mobilização de pessoas e bens na cidade do Lubango, mas há igualmente a necessidade de se organizar estes serviços”.
Por outro lado, Gracinda Gonçalves apontou ainda como problemas que afligem o sector que dirige a falta de infra-estruturas, nomeadamente de estradas exclusivas para os autocarros, de paragens sinalizadas e com abrigo. “Nós não podemos falar de transportes sem falar de estradas. Se nós tivéssemos a circular rodo- viária do Lubango em funcionamento, poderíamos ganhar uma velocidade comercial aceitável e melhorar a mobilidade”, frisou.
Para sustentar o seu ponto de vista, a responsável disse que está a decorrer neste momento um processo de aumento da frota, mas ao se analisar a situação da cidade do Lubango, ver-se-á como ela é compacta. Por outro lado, manifestou que estão conscientes de que estão a criar, desde modo, um outro problema: o dos engarrafamentos. A província da Huíla dispõe de 64 autocarros que desenvolvem serviços de transportes públicos, sendo que o município do Lubango foi o mais contemplado com 50 unidades.
Os demais estão distribuídos nos municípios da Matala, Chibia e Humpat Cuando Cubango e Namibe clamam por mais meios O director provincial do gabinete dos Transportes, Trafego e Mobilidade Urbana do Cuando Cubango, Hiyuvite Teresa Francisco, manifestou que pretende absorver a experiencia da Huíla na implementação de transporte intermunicipal. Segundo o gestor, no Cuando Cubango não existe serviço de transportes públicos municipais por causa da distância entre os mesmos e as péssimas condições de transitabilida- de resultantes do mau estado das estradas.
“O Cuando Cubango é uma das maiores províncias de Angola, com municípios que distam há quase 1000 quilómetros”, frisou, salientando que no encontro vão abordar temas como a acessibilidade, infra-estruturas e tipos de meios a serem utilizados na região Sul. No seu ponto de vista, tendo em conta a especificidade da zona, os meios tinham de ser a tração. De salientar que o Ministério dos Transportes reforçou os operadores locais com um total de 20 autocarros que servem para a mobilidade urbana.
Segundo o director do sector naquela província do leste, apenas o município do Cuíto Cuanavale dispõe de um serviço de transportes públicos. Já a província do Namibe regista ainda um défice de transportes públicos. De acordo com a directora dos Transportes, Trafego e Mobilidade Urbana, Carme Machado, a província dispõe de 66 autocarros que foram disponibilizados pelo ministério de tutela para dar uma resposta mais satisfatória. A nossa interlocutora afirma que a província do Namibe necessita de pelo menos 100 autocarros. “Este número não satisfaz a de- manda, porque os 66 operam nos cinco municípios que compõem a província do Namibe. Temos também os transportes interurbanos, sem contar ainda com os que operam na rota interprovincial lingando as províncias da Huíla e do Namibe”, revelou.