O Serviço de Investigação Criminal em Luanda confirmou, ontem, a detenção de dois funcionários da TCUL que terão furtado 148 chaves de autocarros, na base da empresa, em Viana, e impossibilitado, por algumas horas, a saída de 83 autocarros. A acção dos funcionários provocou um prejuízo de quatro milhões de kwanzas à empresa
Com o objectivo de persuadir a entidade empregapagamento de bónus aos funcionários, dois cidadãos, com idades compreendidas entre os 40 e 58 anos, funcionários da Empresa de Transportes Colectivos Urbanos de Luanda (TCUL), cometeram o crime de sabotagem e furto de chaves de autocarro.
Rezam os factos que, por volta das 3h00 da madrugada do dia 11 de Setembro, os dois funcionários colocaram um dos autocarros articulados e mais dois normais, atravessados no portão de saída da base da TCUL em Viana, inviabilizando desta forma a passagem dos autocarros programados para a prestação de serviço público na cidade de Luanda.
Não satisfeitos, os dois funcionários da empresa furtaram o chaveiro, contendo 148 chaves de autocarros.
A administração da empresa mobilizou de imediato os meios necessários para repor a normal circulação dos mesmos, e para não afectar os seus utilizadores, tendo conseguido repor o normal funcionamento dos 83 autocarros, uma vez que todos os motoristas compareceram pontualmente para iniciarem o seu trabalho.
Numa conversa mantida com o jornal OPAÍS, o Presidente do Conselho de Administração da TCUL, Catarino César, tinha considerado este acto de sabotagem, e que o próprio sindicato dos trabalhadores da empresa tinha repudiado a acção.
O entrevistado reafirmou ser normal que existam descontentamentos, mas considerou necessário que se diga exactamente o tipo de descontentamento, que se crie um caderno reivindicativo e se negoceie com a entidade empregadora, mas não se pode tomar esta atitude criminosa.
Por ter sido cometido crime, foi chamado o SIC que, de acordo com Fernando Carvalho, porta-voz do SIC-Luanda, procedeu a detenção dos dois funcionários.
A conduta destes funcionários levou a que o Estado tivesse prejuízos na ordem dos 4.000.000,00 Kz, em menos de 24 horas. “As chaves foram localizadas no Parque de Estacionamento, escondidas numa pasta e num saco de plástico, enterradas num monte de brita, segundo o SIC.
Do total de 148 cha.ves, 56 são de autocarros operacionais e 92 de autocarros inoperantes”, disse, Carvalho.
O porta-voz apelou a todos cidadãos sobre a necessidade do diálogo, como forma mais eficaz de resolução de litígios, tendo adiantado que o crime não compensa e que todo aquele que pautar em conduta criminosa será punido nos termos da lei.
Já o PCA da TCUL apela aos seus trabalhadores para que se abstenham de participar em acções desta natureza, convidando-os a apresentarem as inquietações que desejam ver esclarecidas e resolvidas internamente de forma ordeira.