O programa de cinema na comunidade teve início em 2022, uma vez que a equipa do FAS tem passado a noite nas aldeias, e entendeu fazer mais do que levar apenas as transferências sociais monetárias.
Levam animação, educação e cultura através do cinema, sempre que se deslocam para a comunidade, e interagem com todas as faixas etárias, sobretudo as crianças.
As sessões de cinema têm como maior objectivo promover a inclusão social, a educação e cultura através dos filmes que contam histórias semelhantes à realidade da comunidade beneficiada.
O director provincial do FAS no Uíge, Nanizaiawo Capitão, conta que a escolha de filmes como “o menino que descobriu o vento”, por exemplo, que decorre numa aldeia em Malawi, que se debate com a problemática da seca, é uma amostra do que as sessões de cinema podem proporcionar às outras crianças.
“Procuramos passar para as comunidades exemplos como estes, e incutir na cabeça das crianças a possibilidade de sonhar e lutar para transformarem as suas comunidades, bem como aos pais, que devem apoiar, pois a solução dos problemas pode estar no seio da comunidade que o vive”, sustenta.
Nanizaiawo Capitão referiu que as sessões de cinema já foram realizadas em todos os município em que o programa de fortalecimento de transferências sociais monetárias está a ser desenvolvido, nomeadamente no Cangola, Mucaba, Songo e Milunga.
Sempre que a sua equipa pernoita numa determinada comunidade, exibe um dos filmes educativos que têm se- lecionado. Muitas dessas crianças nunca tinham visto um filme e depois de terminada a sessão fazem muitas perguntas.
Nanizaiawo Capitão disse que os objectivos estão a ser alcançados, tendo em conta que muitas das crianças têm demonstrado mais determinação, esperança de realizar os seus sonhos, mesmo com inúmeras dificuldades por que passam.
Vinte crianças das aldeias do Songo na federação provincial de xadrez
Para além do cinema nas comunidades, a nível da província do Uíge, a equipa do FAS vai também implementar o programa xadrez nas comunidades, onde 10 aldeias do município do Songo foram seleccionadas, e cada disponibiliza duas crianças, perfazendo um total de 20, numa primeira fase.
As crianças começaram a for- mação neste mês de Junho, farão parte da associação provincial de xadrez, apesar de nunca terem contacto com jogo em questão, nem terem noção de como funciona. “A formação será a partir do zero, com a associação federa- da, podendo assim participar em campeonatos provinciais e, quiçá, nacionais.
Almejamos tirar destas aldeias campeões nacionais de xadrez”, frisou Nanizaia- wo Capitão, tendo acrescentado que acções do género já estão a ser implementadas nas províncias do Cuanza-Sul e Benguela.