Com a criação do repórter comunitário, e em função da sua proximidade com as famílias alvos das acções do FAS, a instituição procura colher mais informações pontuais sobre o desenvolvimento das comunidades.
O director provincial do Instituto de Desenvolvimento Local (FAS) de Malanje, Gomes Golambole, disse que os recém-formados representam os mais de cinco mil ADECOS a nível do país, pelo que devem abraçar a oportunidade e mostrarem o que valem. Aconselhou aos ADECOS a reportarem apenas o que acontece, com verdade, isenção e responsabilidade.
Porém, devem coordenar com as autoridades tradicionais e locais, de modo que não venham a ser confundidos com aqueles que chegaram para desviar o normal funcionamento da localidade.
“Uma informação mal passada gera ruídos e desentendimento. Apenas devem afirmar-se como aqueles que irão fazer passar, não apenas as estratégias do FAS, mas todas as acções implementadas nos seus municípios de actuação.
Eles serão o elo entre o FAS, administração local e as comunidades, partilhando histórias, experiências, impacto do programa Kwenda e as acções que estão lidas ao dia-a-dia das comunidades”, frisou Gomes Golambole.
Alertou-os a não desempenharem a função com vaidade, pois não são profissionais de jornalismo, e sim profissionais a desempenhar a função de repórter. Gomes Golambole defende que as tarefas a serem desenvolvidas pelos ADECOS formados em repórteres comunitários serão aplicadas com a energia que lhes caracteriza.
Um dos formadores, o jornalista Mariano Quissola, disse acreditar que as orientações passadas foram acatadas e que, a médio ou curto prazo, os resultados serão visíveis.
Deu os créditos ao FAS por esta iniciativa, tendo considerado que o programa tem sustentabilidade, que é possível apenas por meio de conhecimento técnico ou científico.
Gabinete de comunicação vai estender-se nas comunidades
O responsável de comunicação institucional do FAS, Félix Abias, afirmou que a sua instituição pensou em formar ADECOS em repórteres comunitários, porque a grelha de programa implementada pelo FAS, a nível das comunidades, é vasta e contém várias componentes. Das componentes, estão o desporto e cultura (com destaque para o xadrez, cinema e teatro), estágios comunitários, Kwenda, entre outros.
Os ADECOS auxiliam no desenvolvimento dos programas e, desta franja, foram escolhidos alguns que passarão a servir de fonte de informação directa para a área de comunicação. Para melhor prestarem a missão que lhes foi encarregue, o FAS entendeu muni-los de conhecimentos básicos possíveis.
“Aqui apreenderam sobre comunicação institucional, desenvolvimento local, género jornalístico, webjornalismo, entre outros”, disse. Félix Abias explicou que o FAS criou a figura do repórter comunitário com intuito de partilhar as histórias de sucesso, de interesse humano, resultantes das acções da instituição.
Desde a formação do primeiro grupo, onde foram beneficiados 24 ADECOS das províncias do Cuando-Cubango, Cuanza-Sul, Benguela, Huambo, Bié, Namibe e Cunene, o departamento de comunicação já sente melhorias em termos de partilha de informações a nível das comunidades.
Com os 38 recém-formados, das 10 províncias, designadamente Luanda, Bengo, Uíge, Zaire, Cabinda, Cuanza-Norte, Malanje, Lunda-Norte e Sul e Moxico, a instituição cobre o país com a figura de repórter comunitário, perfazendo um total de 38 municípios.
O que se pretende é que cada município venha a ter, no mínimo, quatro repórteres comunitários, isto porque há localidades que têm 80 mil beneficiários. Um dos ADECOS formados é Manuel Augusto, da província do Bengo, município do Nambuangongo, que assegurou ter apreendido muita coisa e que vai trabalhar, de modo a reportar os acontecimentos relevantes da sua comunidade e histórias de sucesso ligadas às acções do FAS.
“Apreendi técnicas básicas de língua portuguesa, jornalismo, comunicação para o desenvolvimento, elaboração de notícia e reportagem, captação e edição de imagem, bem como desenvolvimento comunitário”, sublinhou.
Outra beneficiada da formação dos repórteres comunitário é Cândida Sicondo, ADECOS do município de Cambundi Catembo, província de Malanje. Cândida, tal como os outros ADECOS, recebeu material necessário para desenvolver a actividade, tais como smartphone, bloco de notas e esferográficas, internet, transporte para se deslocar em diferentes áreas, colete do FAS com a identificação “repórter comunitário”, t-shirt e chapéu do FAS, mochila, passe de identificação e powerbank.