A ausência da cultura de denúncia por parte das famílias tem contribuído para o aumento da violência no seio da família e da discriminação e estigma baseados na violência do Género e Doméstica, considerou a chefe do Departamento de Apoio à Família do Ministério de Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Santa Ernesto.
POR: Maria Teixeira
Um workshop na perspectiva de sensibilizar sobre o estigma e discriminação no quadro dos direitos humanos em questões relacionadas à equidade, género, justiça social e empoderamento dos indivíduos e grupos minoritários no país foi ontem à reflexão, no auditório do Camões.
Uma iniciativa da Delegação da União Europeia em Angola. No encontro, Santa Ernesto explicou que um factor cusador da violência do género e doméstica é a falta da cultura de denúncia, e chamou a atenção às famílias para denunciarem tais actos. “A falta de cultura de denúncia das famílias faz com que os casos de violência no seio familiar aumentem”, apontou.
Por essa razão, apela às pessoas a ganharem a cultura de denunciar, porque sem sinal não se tem conhecimento da sua existência, sendo que a violência, hoje, é uma questão pública, e qualquer pessoa, mesmo não sendo membro da mesma família, quando estiver diante de uma situação do género deve fazer a denúncia.
Para a responsável, as mulheres são as primeiras vítimas de violência doméstica, sendo geralmente descriminadas quando portadoras de VIH/SIDA. Apontou o empoderamento das famílias, quer do ponto de vista educacional, quer no do ponto de vista económico, como sendo das principais soluções para a violência doméstica.
Por sua vez, o director nacional dos Direitos Humanos, José Silva, que se debruçou sobre o tema “Violações dos Direitos Humanos e suas Legislações”, referiu que, apesar de já existir uma vasta legislação em Angola na linha do respeito dos direitos humanos, a ausência de denúncias contribui para que se registem casos de discriminação e estigma sobre pessoas que vivem com o VIH/SIDA.