As quatrocentas e 99 famílias que residem no perímetro onde será explorado o mineral estratégico Nióbio, no município de Quilengues, província da Huíla, rejeitaram a proposta de realojamento em residências sociais erguidas pela mineradora Niobonga, optando por compensação financeira.
Trata-se de um projecto de vital importância, enquadrado na estratégia de diversificação económica e criação de postos de trabalho, prevê abranger um perímetro de 160 quilómetros quadrados.
O nióbio é um minério raro, usado na produção de turbinas eléctricas, naves espaciais e outros componentes da indústria aeronáutica e electrónica.
O seu preço no mercado internacional varia entre 40 e 50 dólares o quilograma.
Das 499 residências previstas serem construídas pela Niobonga, faseadamente, até ao momento 10 estão concluídas, dispondo, cada uma delas dois cómodos, uma sala, cozinha, despensa, casa de banho, chão pavimentado, com garantia de água e energia eléctrica.
Em declarações, ontem, Segunda-feira, à ANGOP, na circunscrição, o administrador municipal de Quilengues, Adriano Alberto Pedro, fez saber que a fase de preparação para exploração prossegue e apesar desse constrangimento, os meios estão a ser concentrados para erguer a fábrica, a barragem e a montagem dos armazéns.
Destacou que a construção das residências também continua, embora a população as tenha rejeitado, preferindo valores monetários em função dos bens que cada família possui, desde hortas, lavras, fazendas, pomares e casas, por alegadamente temerem dificuldades de adaptação ao novo meio.
Nesta conformidade, explicou que até ao momento 23 famílias divididas em quatro aldeias afectadas já receberam cada uma delas 2 milhões e 500 mil kwanzas, e neste momento ao todo já foram distribuídos 25 milhões e 285 mil, um processo que começou em finais de 2022.
“Este é um processo que vai continuar, tendo em conta algumas lavras que eles ocupam porque a empresa precisa colocar no espaço fábricas e outros componentes do projecto e a qualquer momento, tão logo termine a época chuvosa a população que já recebeu dinheiro vai abandonar o recinto”, disse.