Dois estudantes angolanos do Instituto de Telecomunicações (ITEL), ambos de 17 anos de idade, inventaram um sistema de segurança e, ao mesmo tempo, anti-roubo para motorizadas
POR: Maria Teixeira
A ideia da invenção surgiu devido ao facto de actualmente se verificar uma subida nos casos de roubos de motorizadas, bem como de acidentes de viação com este tipo de veículo. Assim, os estudantes Dário Carvalho e Eliane da Costa, ambos de 17 anos de idade, criaram um sistema de segurança e anti-roubo para evitar estas desgraças. Por existir uma certa dependência entre o capacete e a motorizada, e porque os inventores também querem incentivar o uso obrigatório do capacete, instalaram um dispositivo, denominado módulo RF, que conecta estes dois objectos. Eliane da Costa e Dário Carvalho explicam que, “quando o motociclista estiver sentado na motorizada e, por acaso, se aproximar um gatuno, ele tem de tirar o capacete e afastar-se da mota”.
Se o afastamento do motorista, com o capacete na mão, atingir a distância pretendida, haverá perda de conexão com a motorizada e o veículo, consequentemente, acaba bloqueado. “O nosso sistema tem um temporizador de 7 segundos. Após a perda de conexão a moto fica impedida de andar, mas isso só para o bandido não desconfiar que o capacete esteja a influenciar o bloqueio da mota”, disseram os jovens inventores. Se o assaltante decidir conduzir a moto terá apenas 7 segundos de andamento até que o motor se desligue, pelo que o dono da moto poderá ter tempo de pôr-se em fuga. Pelo facto de o gatuno estar com pressa e preocupado com quem estiver a observá-lo, assim sendo, depois do bloqueio vai preferir abandonar o veículo. “O nosso objectivo não é apenas evitar roubos, mas também mortes. No princípio pensámos em fazer o projecto tendo como amostra o número de mortes, mas depois pensámos em criar um projecto que ajudasse a resolver o problema que muitos motoqueiros têm: a falta de cultura do uso de capacete”, disseram.
De acordo com os inventores, nos últimos tempos, notícias do género tornaram-se comuns e quase nada se faz para evitar isso, apesar das recomendações da Polícia, para o uso do capacete. Então, acharam por bem ajudar não só a Polícia, mas também os próprios cidadãos que fazem o uso deste meio de transporte. É um projecto que apresentaram no fim do curso e que ainda precisa de patrocínio para que o possam desenvolver e actualizar novas versões. “Fizemos com um pouco de pressa por causa do tempo que tínhamos para a apresentação, pelo que algumas coisas condicionaram o seu apetrechamento. Acreditamos que com apoio daremos continuidade e melhoramentos ao projecto”, disseram.
Os estudantes confessaram ainda que tiveram várias dificuldades, como a carência dos materiais e o seu custo, por serem materiais muito caros, e, por essa razão, clamam por apoio para aperfeiçoarem o projecto. Citaram exemplos de pessoas que tiveram a moto roubada e que perderam irmãos, tios, ou outros parentes em consequência desses roubos. “Só quem teve a moto roubada ou furtada sabe o desgosto que dá. Afinal, a moto é mais do que um simples bem, mais do que o valor a ser ressarcido. Nos acidentes, é uma pessoa que perde a vida, algumas vezes por negligência. Por isso, o nosso projecto foi criado com esta finalidade e foi bem recebido pelas pessoas com as quais já mantivemos contacto”, garantem.