Existem alguns aterros sanitários que estavam a ser construídos com infra-estruturas adequadas, mas, depois, por causa dos vários problemas com sua gestão, os lugares passaram a ser categorizados como lixeiras controladas.
O responsável considera que torna-se um perigo para as pessoas que vivem ao seu redor, na medi- da em que o aterro não apresenta algumas características importantes para ser considerado como tal.
“É uma lixeira como as outras e todo vector de doenças que sai daquele lugar é transferido para as casas vizinhas”, disse. Disse ainda que, segundo as regras técnicas, só se deve construir casas a 500 metros destas imediações, situação que está longe da realidade actual da população.
A população devia evitar ao máximo construir próximo de aterros sanitários e das lixeiras, e as administrações municipais devem evitar vender parcelas de terra nestes lugares. “Nós, em Angola, em nenhuma das províncias existe um aterro sanitário como deve ser, mas sim lixeiras controladas”, acrescentou. Lixo hospitalar é bomba relógio.
Quanto ao lixo hospitalar, considera ser uma bomba relógio, na medida em que o mesmo representa um grande perigo à população e também pode ser contagioso, pois, muitas vezes, não se sabe o que está a sair dos hospitais, se um vírus, bactéria, entre outros. De acordo com a fonte, quando o lixo hospital não recebe o tratamento adequado pode ir parar na via pública e, actualmente, existem pessoas catadores de lixo em todo lugar, que podem ser alvo de contágio de alguma doença ao terem contacto com o lixo.
“Ainda assim, quando vai parar nas lixeiras ou aterros sanitários devido aos mecanismos de controlo ambientais, o mesmo ainda continua a representar um perigo de contaminação, porque pode poluir o solo, visto que as lixeiras, infelizmente, não têm sistemas de controlo capaz de evitar isso”, sustentou. O responsável foi convidado na I conferência sectorial da Empresa Nacional de Energia ENDE, realizado nos dias 25 e 26 de Abril, para abordar a implementação do sistema de gestão ambiental naquele sector.
Em exclusivo a este jornal, referiu que há a necessidade importante de se olhar para a questão dos hospitais com bastante cautela, e implementar medidas de controlo quer do ponto de vista da saúde ocupacional, quer do ponto de vista do controle ambiental.
No seu ponto de vista, para que seja dado um tratamento adequado ao lixo hospitalar, a Agência Nacional de Resíduos deve certificar empresas que apresentam as condições técnicas para exercer esta actividade, porque os resíduos hospitalares não podem ser transportados por uma moto de três rodas, por exemplo, nem tão pouco por uma carrinha aberta. Disse que estes materiais devem ser carregados numa carrinha fechada, com ventilação adequada, para reduzir o potencial de decomposição e apodrecimento.
Considera que os produtos devem ser encaminhados para o aterro sanitário com o objectivo de serem incinerados para garantir, de facto, a eliminação dos resíduos. “Porque quando o lixo daquela natureza vai parar nas lixeiras não há a garantia de eliminação dos materiais, na medida em que existe uma certa limitação de segurança, com a exposição de muitas pessoas”, finalizou.