A escola Primária n.º 9045 localizada na Ilha do Mussulo, em Luanda, foi alvo de obras de reabilitação custeadas pela American Schools of Angola (ASA), que desembolsou 10 milhões de kwanzas. As sete salas de aula receberão os 480 alunos com novo visual
O aspecto velho que a Escola de sete salas de aula apresentava, antes da reabilitação, não ajudava os seus 480 alunos, no que diz respeito ao desenvolvimento das suas capacidades cognitivas, dificultando o processo de ensino e aprendizagem. Foi por conta desta situação que a coordenação da escola do bairro Ponta da Barra decidiu pela solicitação de ajuda à American Schools of Angola (ASA), no sentido desta proceder à melhoria do visual das paredes, que, desde 2008, não sofriam qual- quer alteração.
De acordo com o director executivo da ASA, Marcos Agostinho, a sua instituição entendeu ir além da petição, e, ao invês de fazer uma intervenção de simples pintura, sentiu que era necessário dar lugar a uma acção de arte plástica, no interior e no exterior dos compartimentos que compõem a Escola.
Marco Agostinho, que tem contacto com a formação académica europeia – continente onde estudou e viveu por várias décadas – disse que optou por levar àquela escola artistas visuais, tendo-lhes desafiado a criarem obras que possam ter influência positiva na relação das crianças com o espaço de ensino.
“Trata-se da saúde mental das crianças, e a arte plástica causa efeitos positivos no comportamento das mesmas. Nós olhamos para as coisas, e, conforme aquilo que nos é apresentado, invocam emoções de tristeza ou de alegria. Por isso, gastamos 10 milhões de kwanzas nesta grande intervenção”, adiantou.
Reabilitação vai aumentar assiduidade das crianças
O director desta Escola, Manuel Malungo, acredita que esta primeira manutenção de que a escola beneficiou, 15 anos depois da sua inauguração, vai proporcionar às crianças maior vontade de se fazerem presentes nas salas de aula, eliminando a resistência que apresentam para regressar aos estudos após uma pausa pedagógica. Por isso, considerou alto o nível de satisfação que sente pela requalificação que a sua escola mereceu, acreditando que, com isso, as crianças terão maior vontade de estar no espaço de aprendizagem.
“A satisfação é muito alta. Temos um plano para conservação da Escola, que passa por conversar com as crianças; dar-lhes aulas de educação moral e cívica, para cuidarem das paredes; para não danificarem esta obra que foi feita”, disse. Por outro lado, Manuel Malungo avançou que uma das principais dificuldades que a escola enfrenta prende-se com o fac- to de os professores atrasarem com frequência para as aulas, por conta da travessia marítima, que nem sempre é feita, no tempo estimado.
Administração atenta às dificuldades da educação
O administrador da Comuna do Mussulo, Francisco de Lemos, questionado sobre a necessidade de outras intervenções, que a escola apresenta, o responsável disse que o Mussulo é um Órgão Dependente, que está “refém” do orçamento que recebe do muni- cípio, mas que não está de olhos fechados para estas preocupações. Francisco de Lemos não precisou o valor que a Comuna recebe, apontando para a Direcção Municipal da Educação, enquanto entidade competente pela gestão orçamental, como aquele que detêm a informação.
“Nós estamos atentos a essas dificuldades, e, agora que surgiu novo orçamento, as intervenções, também, serão feitas com mais profundidade. Eu, como administrador local, tenho apenas o papel de fiscalizar e acudir os problemas pontuais”, disse. Relativamente ao investimento da ASA, na Escola 9045, lembrou que todos um dia foram crianças, e, por isso, sabem o quão importante é ter a escola renovada. “Dá um impacto emocional às crianças diferente”, rematou.