Além da vandalização das condutas da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPA L), de que tem sido alvo para o garimpo de água em cisternas, os técnicos constataram que os clientes singulares praticam também garimpo domiciliar.
POR: Stela Cambamba
Vladimir Bernardo, responsável pelo departamento de comunicação institucional e imprensa da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL), explica que na cidade de Luanda o garimpo de água em cisterna diminuiu consideravelmente, mas no mês passado, Dezembro, voltaram a fazer ronda nos pontos habituais e constataram que os cidadãos voltaram a realizar o garimpo de água em alguns pontos, até domiciliares, pelo que por agora está-se a levar a cabo uma campanha de desmantelamento desta actividade. A prática tem prejudicado clientes da EPAL, assim como a qualidade da água. No bairro Cassenda, rua Costa do Sol, a equipa da EPAL constactou que alguns moradores têm praticado o garimpo domiciliar, comercializando a água ilegalmente em bidons de 20 e mil litros a jovens que andam de motorizadas de três rodas, vulgo (aleluias). Para tal, muitos utilizam electrobombas, dificultando assim que a água chegue a outros vizinhos por causa da pressão que acaba por ficar baixa.
A campanha contra o garimpo domiciliar teve início na rua Costa do Sol, Cassenda, onde foram desativadas três ligações, apreendidos nove reservatórios de mil litros cada, sete electrobombas e mangueiras. De acordo com Vladimir Bernardo, na rua do IFAL, bairro da Gamek, os mesmos cidadãos que na semana passada foram advertidos e intimados a abandonarem tais práticas e outros ainda desligados da água devido à utilização ilegal, voltaram a realizar a mesma acção. Para colmatar esta situação explicou que a EPAL tem equipa formada para sensibilizar e efectuar visitas periódicas aos seus clientes, de modo a não aderirem a condutas negativas, “mas em alguns pontos não temos tido bons resultados, pelo que somos obrigados a desativar estas ligações”.
O nosso interlocutor revelou que aos clientes que não têm contratos, a orientação é a de irem à área comercial e estabelecer um contracto legal. Encontram-se nesta condição, na sua maioria, moradores que foram beneficiados com o programa de 700 mil ligações. O responsável disse ainda que na rua do IFAL, diferente da Costa do Sol, realizam o garimpo em cisternas, e alguns já foram desativados do sistema de fornecimento do precioso liquido, mais insistentemente voltam a religar, à revelia. Outros, de forma sorrateira edificaram as habitações por cima da conduta de água, de modos a beneficiarem da facilidade de fazerem a ligação ilegal para o abastecimento de tanques de dezenas de milhares litros de água. Garantiu que para ultrapassar esta situação, dentro de poucos dias a equipa da EPAL vai juntar-se com a administração para encontrar uma solução de modo a evitar o pior, porque se a conduta vier rebentar o problema pode agravar-se, tendo em conta que se trata de uma residência habitada.
Vladimir Bernardo afirmou que o garimpo domiciliar está a estender- se a vários pontos de Luanda, pelo que o vandalismo nas grandes condutas de água é frequente na parte Sul da cidade, mas esta prática diminui consideravelmente, o que está a tornar-se “moda”, por agora, é o garimpo domiciliar, que também tem deixado muitas zonas sem o precioso líquido. Para tal têm sido realizadas campanhas de sensibilização porta-a-porta. Os meios apreendidos na campanha de violação e garimpo de água serão entregues aos proprietários depois de pagarem uma multa de 150 mil kwanzas.
Diogo António, morador da rua Costa do Sol, bairro do Cassenda desde 1993, começou a beneficiar da água em 2013, conta que alguns dos seus vizinhos optaram por vender o bem ilegalmente, mesmo recebendo visitas da equipa da EPAL que passava para sensibilização, “não acataram os conselhos e agora até os que não comercializavam água também foram penalizados com corte de fornecimento”. Conceição Correa disse que já passaram quatro anos que na sua residência jorra água corrente e afirma que vende água há dois anos, “para ajudar alguns moradores do bairro Rocha Parque. “Tenho comercializado o bidon de 20 litros a 10 kwanzas e o de mil o preço varia entre 400 a 500kz, não vendo a todos, outros levam sem pagar porque não têm dinheiro”, enfatizou a moradora altruada em flagrante.