“Esta situação está a desencadear um sentimento de abandono, de sofrimento e receio que constitui um verdadeiro atentado à integridade física dos profissionais”, refere a Ordem dos Enfermeiros de Angola (ORDENFA).
A ORDENFA anunciou ontem, em Luanda, que nos últimos dias alguns filiados seus têm sido vítimas de agressões físicas e verbais, nos seus postos de trabalho e em pleno exercício de funções. Sem especificar ou caracterizar os autores, a organização afirma, em nota de imprensa enviada a OPAÍS, que se tem registado ainda a interferência de autoridades extra-hospitalares no desempenho dos profissionais de enfermagem.
Por isso, alerta em nome de todos os enfermeiros do país, à sociedade e às autoridades competentes, em relação ao perigo que acções do género representam para o exercício da enfermagem, bem como na “assistência aos pacientes que dos profissionais esperam um amparo face ao seu sofrimento”. “Essa situação está a desencadear um sentimento de abandono, de sofrimento e receio que constitui um verdadeiro atentado à integridade física dos profissionais”, assinala o documento.
Outrossim, aconselha os profissionais de enfermagem do país a pautarem a sua conduta nas normas, e compromete-se a punir exemplarmente aqueles técnicos que ao transgredir as regras colocam a vida do paciente em risco. Apela ainda aos técnicos da Inspeção Geral de Saúde a adoptarem uma acção mais eficaz no exercício da sua actividade, para consolidar o cumprimento das normas por parte dos enfermeiros e garantir a sua segurança em ambiente hospitalar. A organização apela também à sociedade que denuncie actos de profissionais de enfermagem que violem as normas e coloquem em risco a vida de pacientes em unidades sanitárias. Nestes casos, se eventualmente virem a acontecer, diz que “se deve recorrer à direcção das unidades sanitárias e nunca optar pela a justiça por mãos próprias”.
Sublinha que os profissionais de saúde, em geral, devem empenhar- se no cumprimento das suas tarefas, “cuidando com responsabilidade quem procure pelos serviços de saúde, e que seja tratado com Ética, Humanismo e Profissionalismo”. Esta denúncia é feita dias após o Ministério da Saúde ter criado uma comissão representativa com a participação de todos os sindicatos e ordens ligados ao sector da saúde com vista a efectuar, em todo país, um levantamento dos quadros das diversas categorias com necessidades de actualização de categoria, promoção e/ou rectroativos em atraso e legislação associada.