Um empresário de nacionalidade portuguesa foi lesado após o roubo de um camião com um contentor frigorífico de 40 pés, que conservava mais de duas mil e 310 caixas de patinhas de frango, no interior da sua empresa, localizada no município de Viana, em Luanda
Manuel Martins é o proprietário da em- presa Interluz, que foi alvo de um assalto engendrado por um grupo de marginais, que na última Sexta-feira, 3, provavelmente em posse de armas de fogo, se dirigiram ao estabeleci- mento comercial, de onde levaram o veículo pesado com a mercado- ria, que acabava de chegar do Por-to de Luanda.
A empresa tinha, supostamente, três agentes de segurança em serviço, quando o assalto ocorreu, no entanto, dois, misteriosamente, desapareceram com uma das armas de fogo e um foi posto sob rendição ante os malfeitores. Deixaram-no amarrado no local, tendo mais tarde conseguido desfazer-se das cordas e participar a ocorrência ao posto de polícia mais próximo, segundo o português.
O empresário, que investe no país desde 2009, conta que se apercebeu da ocorrência perto das 5 horas, do Sábado, 4, através de uma ligação telefónica feita por um agente do Serviço de Investigação Criminal (SIC), o que lhe levou a sair de sua residência, no município de Talatona, para a empresa. “Na noite de Sexta para Sábado, tive o conhecimento, por volta das 4h:50 da manhã, já com os inspectores do SIC no local, que me ligaram a dizer que o meu o parque tinha sido assaltado.
Nesta altura, um dos seguranças já tinha feito a participação, no posto mais próximo”, narrou, tendo dito que, de seguida, dirigiu-se ao local e “tinham roubado um camião com um contentor de frescos que tinha acabado de chegar do Porto, na Sexta-feira à noite”, explicou.
Apesar do facto de os dois seguranças estarem foragidos, Manuel Martins prefere levantar os prejuízos, que rondam os 15 milhões de kwanzas, sem calcular os danos causados no veículo, quando partiram os vidros para terem acesso ao interior e estrangularam a ignição, para fazer trabalhar o veículo sem a chave, em vez de suspeitar desses que se encontram em parte incerta.
“O prejuízo é bastante elevado. Além do prejuízo que fizeram no camião, ao tentarem fazer ligação directa e pô-lo a trabalhar, foi uma carga de frescos e perdemos tudo. Muito perto dos 15 milhões [de kwanzas]. Só da carga. Agora, falta apurar o prejuízo que temos no veículo”, descreveu.
Um detido e um solto sob Termo de Identidade
O director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do SIC-Geral, Manuel Halaiwa, que falava à imprensa, à propósito da apresentação pública de um dos implicados, avançou que, mediante uma denúncia anónima, este órgão forense fez deslocar operacionais ao município de Belas, Zona Verde, e numa obra inacabada, de- teve em flagrante delito dois cidadãos de um conjunto de 14 que estavam no local.
Manuel Halaiwa destacou o fac- to de estes terem sido encontrados a desovarem um contentor de 40 pés, atrelado a um camião, contendo caixas de patinhas de frango congelado, que estavam, na altura, a ser descarregadas para um segundo camião. No momento, o SIC entrou em cena, e deteve dois cidadãos, um dos quais solto mediante Termo de Identidade e Residência, e apreendeu uma arma de fogo do tipo pistola de marca makarov.
“Estão envolvidos, nessa altura, dois elementos que, de forma directa, foram detidos. Estamos a falar do cidadão Mubudila Manuel, solteiro de 38 anos de idade, que é motorista de um dos camiões apreendidos; e o outro, Morais Júlio, solteiro de 40 anos, que é tido como autor desta acção criminosa, ou seja, aquele que estava no controlo dessa toda mercadoria”, adiantou, referindo a existência de uma suposta mandante, que é comerciante desses produtos.
Mais de cem caixas recuperadas
O director do Gabinete de Comunicação referiu que, das duas mil e 310 caixas que os marginais movimentaram, o SIC conseguiu recuperar um total de 108, que ainda foram encontradas no segundo camião. “Daquilo que temos como informação, fizeram a movimentação de perto de mais de duas mil e 310 caixas. O SIC conseguiu recuperar, até ao momento, 108 caixas, que foram encontradas no segundo camião”, sublinhou. Seguranças podem ter envolvimento.
O também porta-voz do SIC-Geral, por inerência de funções, pontualizou que no local do crime estavam três seguranças e presume que dois dos quais sejam coniventes da acção criminosa, enquanto o outro foi rendido, a fim de não inviabilizar o acto. “Estavam dois guardas no local, que se presume sejam coniventes, e outro foi rendido, ou seja, amarrado e, portanto, colocado na instalação para não inviabilizar o roubo”, detalhou. Por esta razão, disse que o SIC está a trabalhar, para determinar outros envolvidos, uma vez que estavam no local mais de 14 pessoas que se colocaram em fuga, no momento, entre o guarda da obra inacabada e também os dois guardas da empresa.