É comum em muitos países, durante o ano, verem publicadas as listas das personalidades que mais se destacaram em várias áreas, da política à sociedade, do desporto à economia. Angola não tem sido diferente.
É usual os jornais, fundamentalmente, trazerem este tipo de matérias, acabando muitos dos eleitos não convencerem uma massa crítica que nunca olha com bons olhos até mesmo as escolhas que não dependam delas, ou nem sequer perceberem os critérios delineados para o efeito.
Porém, uma das listas mais lidas em muitos países é aquela que procura mostrar quem são os angolanos mais ricos ou aqueles cuja fortuna acabou por crescer de forma abrupta ou ligeiramente. Exceptuando alguns casos pontuais, quase que não se conhecem de verdade quem são os nossos ricos ou milionários.
Há quem diga até que já tenhamos alguns bilionários. Há nomes que são sobejamente conhecidos, mas há outros que surgem, mas não como sequer acreditar, porque nunca constaram das estruturas accionistas de empresas em outros negócios tidos como rentáveis.
Recordo-me de um exercício feito por um jornal há alguns anos, em que muitos cidadãos angolanos eram apresentados como estando no selecto grupo dos que possuíam autênticas fortunas.
Quase todos negaram, exceptuando o então deputado e empresário Melo Xavier, que veio a público dizer, em alto e bom-tom, que tinha mais de 100 milhões de dólares. Por mais que passe o tempo, será difícil um dia destes perceber quem são, de facto, os nossos milionários nem os ver em listas, como muitas que vimos pelo mundo fora com alguma normalidade.
Aliás, é assim que há décadas a revista norte-americana Forbes traz sempre à luz do dia quem são os mais endinheirados nos vários países. Angola já lá esteve. Diz-se até que tínhamos uma das mulheres mais ricas do continente, situação esta que veio a reverter depois de alguns processos judiciais.
Enquanto muitos andam à socapa, felizmente há um grupo de angolanos que se vai enriquecendo através das artes, como a música e até no desporto, com montantes que vão sendo conhecidos por todos devido à transparência que se observa nos contratos.
Há outros que, através da agricultura e outros negócios prósperos, também demonstram que poderão chegar a estes patamares sem que sejam invejados. A estes nenhuma inveja ou até mesmo supostas talas mentais poderão criar dissabores.
Pelo contrário, a experiência deles poderá servir de élan para que outros angolanos almejem um dia ser bem-sucedidos, mesmo distantes dos milhões que muitos possuem nas suas contas bancárias ou património.
O pior mesmo é ser rico, constar de relatórios internacionais como estando entre os milionários, como muitos figuram em listas já públicas até no exterior, mas nunca puderem admitir sequer. As razões talvez só eles saibam e o povo desconfia, como sempre.