Oh, Lau! Conte outra. Há muitas coisas que gostaria de repartir nesta crónica, muita das quais ouvidas e lidas durante o fim-de-semana em Benguela.
Havia prometido ao Godo, por exemplo, que teremos de procurar encontrar as razões que fizeram com que um antigo integrante da CASA-CE, em Cabinda, acabou por surgir à frente da UNITA, deixando por terra os intentos de um antigo cabo eleitoral desta organização política em Cabinda.
Agora já não se pode dizer Galo Negro. Quem diria. É provável que um dia destes arranjem um outro símbolo. Só não sei se um animal como este com que sempre se identificou ou um outro mais domesticado ou selvagem.
Oh Lau! Terei mesmo de deixar estes assuntos para um outro dia. Ainda não consegui digerir o facto de existir em Benguela, mas concretamente no Lobito, onde estivemos, alguém que se ar- rogue ser proprietário de um contentor de lixo. Já tinha ouvido falar e até lido, há muito, sobre o imposto para o lixo. Dizia-se até que estaria incluso na taxa da electricidade. E mais outras medidas que foram sendo tomadas para que os cidadãos pudessem ter uma cidade mais limpa em quase todo o país.
Oh Lau, nestes últimos dias, pus-me a pensar se o famoso homem do contentor terá pago pela feitura do mesmo para posteriormente efectuar a cobrança. Aliás, não espanta se assim for, por- que nestes tempos de empreendedorismo, em que se vendem centenas de ideias, até mesmo por mentores que nunca tenham empreendido coisa alguma, não escaparia uma ideia destas. A regra tem sido os contentores de lixo pertencerem às empresas de limpeza ou mesmo aos governos provinciais, com quem celebram acordos que depois se reflectem nos cidadãos de forma indirecta, com a chamada taxa de energia de que falamos há pouco.
O homem do lixo do Lobito só pode ser expert ou aquilo a que muitos chamam de visionário. Cobrar aos cidadãos por cada quantidade que estes depositarem é mesmo uma medida sui generis. Aliás, só o facto de o dono do contentor estar sentado ao lado do depósito para efectuar a cobrança é uma acção digna de destaque em qualquer parte do mundo.
Não há dúvidas de que, afinal, o lixo é mesmo dinheiro. Antes o era porque dele se poderiam obter vários objectos reciclados. Agora é que até mesmo o depósito também terão de o fazer. Então que os lobitangas que passam por isso tenham sempre uns trocos para satisfazerem os desejos do homem do contentor. E até breve, companheiro!