Duas crianças da mesma família, com idades compreendidas entre os 5 e 7 anos, foram encontradas mortas na manhã de ontem, Sábado, 24, no interior de um poço de água, na localidade da Tchavola, nos arredores da cidade do Lubango, na Huíla.
Engrácia Numelha e Avelina Massanga Luciano encontravam-se a brincar no princípio da noite desta Sexta-feira, 23, quando a mãe de ambas se ocupava das tarefas domésticas.
O pai das crianças, Luciano José Kandele, notou a falta das crianças por voltas 19 horas de Sexta-feira, mas não se preocupou porque achava que elas podiam estar em casa de um irmão. Ainda assim, os familiares ficaram mais aflitos quando, depois do nascer do dia, se aperceberam que as meninas não tinham ido à casa do tio, “Ontem, eu estava a tratar de um ferimento da minha esposa e as miúdas estavam a brincar.
Às 19 horas, a minha esposa ficou a tratar do jantar. Quando nos preparávamos para jantar, vi que as crianças não estavam, então fui à casa da vizinha a ver se estivam lá a brincar, mas não as encontrei. Ainda pensei que estivessem em casa do meu irmão”, contou.
O espanto do pai das duas crianças surgiu quando, na manhã de ontem, Sábado, 24, foram encontrados os corpos das crianças submersos na água do referido poço, de onde frequentemente retiravam o precioso líquido para o consumo por falta de um fontenário na localidade.
A maneira como foram encontrados os corpos das duas irmãs, de 5 e 7 anos de idade, deixa perplexo o pai, que está céptico em relação à possibilidade de as duas terem caído ao mesmo tempo. “Quando cheguei, hoje de manhã (sábado), encontrei a minha esposa já à volta do poço. Disse-me: vem só ver.
Quando me aproximei reconheci logo a roupa que elas usavam desde ontem! As duas caíram de uma só vez? Isso é que nos complica”, explicou. Entretanto, algumas testemunhas ouvidas por OPAÍS afirmam que na localidade não existe um único fontenário para o fornecimento de água para o consumo.