O Serviço de Investigação Criminal no Uíge deteve, recentemente, um grupo composto por três garimpeiros, por exercício ilegal de exploração de diamante. Os elementos pertencem a um grupo organizado e com eles foi apreendida uma pedra que alegadamente seja diamante preto
A informação, que foi avançada pelo porta-voz do SIC-Uíge, Zacarias Fernando, ao jornal OPAÍS, dá conta que estes três elementos realizavam garimpo no município do Songo, aldeia da Tema, propriamente numa fazenda denominada Kanda, usando material de ponta e sem os pressupostos legais que lhes habilite a exercer tal actividade. Com os cidadãos, que têm idades compreendidas entre os 50 e 65 anos e são de nacionalidade angolana, foram apreendidas quatro armas de fogo do tipo caçadera de fabrico artesanal, dois pares de fardas (um da Polícia Nacional e outro das Forças Armadas Angolanas) que usavam, enquanto desempenhavam a actividade de garimpo como camuflagem. “Também foi apreendida uma suposta pedra de diamante preto.
Caso se prove que seja diamante preto, estamos a falar de um mineral bastante valioso. Apreendemos ainda com estes cidadãos amostras de diferentes mineiros, como granada, cobre, ferro, entre outros”, disse o porta-voz, tendo acrescentado que os cidadãos já foram presentes ao Ministério Público. Embora tenham sido detidos três, o SIC acredita que estes pertencem a um grupo devidamente organizado, uma vez que usavam materiais de ponta, que explora diamante naquela zona há mais de cinco meses, pelo que vão continuar a investigar para que os outros elementos sejam detidos. A acção investigativa do SIC só foi possível através de uma denúncia anónima.
Por outro lado, Josemar Feijó, técnico de comunicação do SIC, acrescentou que a criminalidade no Uíge registou, nos últimos tempos, uma redução considerável, uma vez que no primeiro se- mestre do presente ano foram registados 1130 crimes, com maior incidência aos crimes contra o património (roubo, furtos e usurpação de imóveis), com uso de arma de fogo. O SIC nesta região do país tem os bairros do Papelão, Bemba Gango e Candombe como os que mais preocupam este órgão.
Há muitos arrombamentos de residências e estabelecimentos comerciais, pelo que diligencias têm sido desenvolvidas no sentido de deter os envolvidos. Neste momento existem alguns processos em instrução por corrupção relacionados com as obras do PIIM, bem como por alega- do incumprimento das empresas, facto que o nosso entrevistado preferiu não avançar muitos dados por estarem na fase inicial. “Nesta altura, ainda não podemos dar dados concretos por estarmos na fase de instrução”, disse.