Cinco cidadãos camponeses foram detidos, ontem, pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) na província da Huíla, sob a acusação de serem os autores da morte de outro camponês, que foi crucificado e agredido até conhecer a morte
A morte do jovem de 27 anos de idade, camponês, aconteceu em Dezembro do ano passado, na comuna do Dongo, município da Jamba, quando os cinco indivíduos decidiram repreendê-lo por supostamente ter roubado alguns bens. Os cinco cidadãos camponeses, com idades compreendidas entre os 29 aos 60 anos, são acusados de serem os autores da crucificação e agressão física que resultou na morte, no interior de uma fazenda, segundo o porta-voz do Serviço de Investigação Criminal nesta província, Segunda Quitumba.
“Os acusados, valendo-se do pretexto de que o ora malogrado teria furtado diversos artigos, designadamente roupas, duas banheiras, dois jogos de pratos, três tesouras de poda de árvores, duas toalhas de mesa, duas de banho, uma fechadura, um par de botas e uma catana, em retaliação, amararam-no em dois paus em forma de cruz e o submeteram a actos de tortura durante 9 horas, com recurso à instrumentos contundentes (paus)”, detalhou. Dada a gravidade das agressões, a vítima veio a conhecer a mor- te depois de nove horas de surra.
Os acusados envolveram o corpo da vítima num cobertor, amarrado a dois blocos e atiraram ao rio Cuvango com o objectivo de despistar qualquer prova do acto. Quatro dias depois, os blocos sol- taram-se e o corpo veio à superfície. Quando tiveram conhecimento, os cidadãos agora detidos retiraram o corpo do rio e sorrateiramente enterraram num local já devidamente identificado pelo SIC.
Para o esclarecimento do caso, o Serviço de Investigação Criminal realizou recentemente a reconstituição do crime, o que permitiu a junção de provas que serão apre- sentadas ao Ministério Públio. “Foram feitas diligências de reconstituição dos factos e revela- dos os meandros desse hediondo crime. Assim, os acusados aguardam ulteriores trâmites processuais em prisão preventiva” revelou.