O Departamento de Ilícitos Penais do Comando Municipal da Polícia Nacional, no Lubango, procedeu na manhã de Quarta-feira, 19, a detenção de um jovem de 38 anos de idade, no bairro Nambambe, por se fazer passar por Procurador-Geral da República nessa parcela do território nacional
Samuel Lázaro Manuel foi detido depois de ter sido denunciado pela administração municipal do Lubango, por este se ter feito passar por procurador e ameaçado os fiscais desta administração, que no dia 18 do mês em curso retiveram o material de construção na sua obra.
Segundo um dos fiscais da administração, que ordenou a apreensão do referido material, Samuel terá ameaçado o agente com um processo-crime, caso não devolvesse os equipamentos apreendidos.
O chefe do Departamento dos Ilícitos Penais do Lubango, Alfredo Kelson Tchissanda, confirmou a detenção deste cidadão, tendo dito que o mesmo está a ser acusado de ter cometido o crime de falsa identidade.
“O mesmo ligou para um dos fiscais ameaçando que este teria de devolver os materiais que tinham sido aprendidos na sua obra, sob pena de ser responsabilizado criminalmente pelo facto de o mesmo ser supostamente procurador.
Fizemos diligências que permitiram a sua localização, tendo sido determinado que o mesmo não é procurador”, revelou. Por outro lado, Alfredo Kelson Tchissanda informou que, nos últimos tempos, esta prática (de falsa identidade) tem vindo a ganhar terreno no município do Lubango, o que preocupa as autoridades policiais, pelo que orienta que se faça denúncia.
“Incorre no crime de assumpção de falsa identidade. São actos condenáveis. Ainda que este cidadão fosse realmente um procurador, nada lhe daria o direito de agir como agiu”, afirmou.
Entretanto, o acusado diz que a sua obra está a ser feita com a devida autorização dos órgãos competentes, por isso, não entende as razões de os fiscais terem apreendido o material de construção.
Sobre as ameaças proferidas aos fiscais da Administração Municipal do Lubango, Samuel Lázaro Manuel nega, alegando que, por altura da apreensão dos materiais, não se encontrava no local.
“Eu não proferi ameaças directamente ao funcionário da administração, porque quando ele foi ao local reter o material, não estava presente.
Fui informado que os fiscais foram à minha obra, uma obra que os fiscais visitam sempre, apesar de ter lá uma placa com o número do alvará de licença”, explicou.
Samuel admite que disse ao fiscal que era Procurador-Geral da República, com a intenção de intimidar, já que a sua obra é constantemente visitada pelos fiscais, apesar de estar totalmente legalizada.
“Eles apresentaram o áudio da nossa conversa, confesso que falei que era procurador, fiquei alterado porque a minha obra está legalizada e eles vão sempre fiscalizar.
É a terceira vez que eles fazem isso, não sei porquê”, reclamou.