A Cooperativa Njango Yetu desembolsou 56 milhões de Kwanzas só com as despesas contraídas pelos tailandeses durante o período de Novembro a Fevereiro, depois de terem ficado alojados no Hotel Epic Sana, segundo apurou OPAÍS. Segundo uma fonte desta cooperativa afecta às Forças Armadas Angolanas, depois de os tailandeses da Centennial Energy Company Limited terem o beneplácito da UTIP, através de um acordo rubricado publicamente, decidiram candidatar-se a uma parte do financiamento dos USD 50 mil milhões que diziam ter disponíveis.
Apesar de terem vários projectos em carteira, segundo a nossa fonte, a direcção da cooperativa assinou um acordo com a empresa tailandesa com vista à construção de milhares de casas para os seus membros, entre militares e funcionários das FAA, sem saber que estavam a envolver-se numa roubalheira. Disse ainda que as fotos que estão a circular pelas redes sociais, nas quais aparecem alguns oficiais superiores das FAA ao lado dos supostos burladores, foram tirada justamente naquele momento. “Tanto o Chefe de Estado Maior General das FAA, general Geraldo Sachipengo Nunda, como os demais oficiais participaram no encontro como responsáveis dos órgãos sociais da cooperativa Njango Yetu. Não a título individual”, frisou.
A partir deste momento, as duas partes começaram a trabalhar para a concretização dos projectos que beneficiariam milhares de famílias angolanas. O falso cheque de USD 50 mil milhões do Bangko Sentral NG Pilipinas, das Filipinas, passado em nome da Centennial Energy, foi depositado em Dezembro no Banco BNI para que conformasse junto da sua congénere a existência dos fundos. Enquanto aguardavam pela informação, a cooperativa foi prestando algum auxílio aos seus parceiros. De acordo com a nossa fonte, num dado momento, o tailandês Raveeroj Rithchoteanan comunicou ao seu parceiro angolano que estava com dificuldades de pagar as despesas no hotel porque os seus cartões visa não estavam a funcionar, pelo que foram auxiliados.
Até que, em Fevereiro, a cooperativa foi informada pelo BNI que o aludido cheque não tinha cobertura. Foi aí que os dirigentes da cooperativa descobriram que haviam sido vítimas de burla, mais de 30 dias depois de Celeste de Brito ter informado a UTIP que os tailandeses haviam falsificado o Swift Bancário deste valor. “A UTIP, como órgão do Estado, fez a sua parte, mas quem confirma a veracidade dos investimentos são as instituições bancárias. Elas é que verificam se os cheques são bons ou não.
Nós estávamos na expectativa de ser bom porque interessava não só à nossa organização como ao país”, justificou a fonte. A fonte de OPAÍS também não descartou a possibilidade de eles terem vindo a Angola com a estratégia de burla bem estudada. De realçar que o Serviço de Investigação Criminal revelou, na Terça-feira, que há um empresário que foi burlado por este grupo em 25 milhões de Kwanzas, como parte de 50 milhões de Kwanzas que aplicaria para ter 5 por cento de numa empresa de importação de cereais. Além da construção de habitações, a cooperativa está vocacionada também para apostar em outros projectos sociais ligados à agricultura e à indústria para as FAA.