Apesar de dispor de um aproveitamento hidro-electrico no seu território, com pouco mais de 50 megawatts em termos de capacidade instalada, o município do Cubal nunca se beneficiou da energia eléctrica produzida por aquele empreendimento público. As autoridades correm, agora, atrás do prejuízo, na perspectiva de inversão do actual quadro, numa altura em que o município se viu, recentemente, privado de fornecimento de energia durante um mês
O município do Cubal é abastecido por um grupo de geradores cuja manutenção, em muitos casos, fica dependente das autoridades centrais de Luanda, quando tem uma barragem de Lomaum em seu solo que produz energia capaz de abastecer toda a extensão territorial e arredores. O que vários especialistas não entendem é o facto de a central hidro-electrica abastecer parte considerável do litoral de Benguela, deixando o Cubal, de onde sai a energia eléctrica, às escuras.
O quadro de défice energético na região tem sido alterado com um grupo de geradores, mas a preocupação das autoridades reside no facto de até para trocar filtros, municípios como Cubal e Ganda dependem de Luanda, segundo o administrador deste último município, Francisco Prata. Até antes de João Lourenço ter assumido as rédeas do Estado, Lomaum era gerido pela Kanazuro Electric, empresa alegadamente com interesse dos generais Leopoldino do Nascimento “Dino” e Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, que produzia e vendia a energia ao Estado, mediante um contrato de concessão.
Entretanto, no âmbito da recuperação de activos, à luz do combate à corrupção, a Procuradoria-Geral recuperou-o a favor do Estado. O empreendimento em causa foi objecto de outorga para concessão, por via das resoluções nº 108 e 109/09, do Conselho de Ministros, de 23 de Novembro de 2009, a favor da empresa Kanazuro Electric, S.A. De acordo com um comunicado do Ministério da Energia e Águas, datado de 2020, mediante tal concessão, foi concedidos à empresa Kanazuro Electric, S.A os direitos de reabilitar, explorar e expandir empreendimento, por um período de 20 anos.
No âmbito da comissão interministerial para recuperação de empreendimentos construídos com fundos públicos, a referida concessão foi objecto de arrolamento e, na sequência, a Empresa Kanazuro Electric, S.A instada a devolver o empreendimento ao Estado. Governo “corre” atrás do Lomaum e faz diligências para Cubal Enquanto se aguarda a “bênção” da central hidro-electrica do Lomaum, o administrador municipal do Cubal, Paulino Banja, que lamenta o recente apagão, refere que a região sob sua jurisdição conta com um grupo de geradores com mais de 1.200 kaviares, números que ficam muito aquém das necessidades, mas assegura que a preocupação já é de domínio do Governo Provincial.
Em declarações à Rádio Benguela, o governante garantiu que, num curto espaço de tempo, o município vai ver instalada a capacidade de produção de energia eléctrica para corresponder às expectativas do município. De acordo com Paulino Banja, não se justifica o facto de o município de que é titular do seu órgão de gestão nunca se ter beneficiado da energia eléctrica produzida pela barragem do Lomaum, uma vez que esta se encontra a 42 quilómetros da sede municipal.
“E não estamos a beneficiar da energia do Lomaum. Tudo está a ser feito. Sua Excelência senhor governador está preocupa- do e tem vindo a dar mostras”, refere, assegurando outros projectos de electrificação inscritos na carteira de projectos para o quinqué- nio 2022/2027. Este jornal sabe que o assunto é do conhecimento dos depurados à Assembleia Nacional, eleitoral pelo círculo provincial, que se têm juntado ao clamor do governo provincial direccionado ao Central para se inverter o actual quadro. Em várias discussões, em sede do parlamento, os deputados têm questionado o ministro da Energia e Águas, João
POR: Constantino Eduardo, em Benguela