A responsável admite dificuldades para garantir uma dieta alimentar que melhor corresponda ao processo de desenvolvimento dos petizes.
Os 12.500 kz de comparticipação mensal dado pelos pais e encarregados de educação têm ficado muito aquém do desejado para satisfazer as necessidades de mais de 800 crianças.
A alimentação, naquele centro público, tem sido à base de arroz, massa, feijão, fuba, leite, para citar apenas estes produtos, para além de frutas, adquiridos graças a uma gestão bastante apertada.
Era desejo de Naquarta de ter, à semelhança de centros ligados a algumas instituições, com destaque para as religiosas, um padrinho a quem se pudesse recorrer para satisfazer essa ou aquela necessidade por que o centro passa.
Não havendo, a principal fonte tem sido mesmo as comparticipações de pais e encarregados de educação, apesar de alguns atrasos registados.
“Se houvesse pessoas de boafé para nos ajudar, nós agradecíamos. O leite também está caro e a criança precisa, bem como a própria fruta.
O que arrecadamos não vai ao encontro do que precisamos”, admite a responsável. E acrescenta: “alguns ainda pagam com atrasos, mas tem sido alguma coisa com que conseguimos fazer para alimentar as crianças. Por enquanto, é o que nós arrecadamos aqui com os pais.
Uma vez a outra, a direcção (Acção Social) nos dá ajuda, como peixe”, reconhece. Apesar das dificuldades de que falou, o centro infantil Okukula, instituição pública, tudo faz para assegurar um processo de ensino aprendizagem para as crianças.
As 17 educadoras de infância, distribuídas no mesmo número de salas, esmeram-se para proporcionar amor, carinho e recreação aos petizes.
Neste particular, Naquarta confessa que o número de educadoras ainda não satisfaz àquilo que é a demanda, a julgar pelo número de crianças, associada à procura de vagas.
Rosalina Naquarta escusou-se de avançar o número de educadoras de infância de que precisa para a sua instituição, limitandose apenas a lamentar a falta de substitutas, em caso de doença ou indisponibilidade de uma delas. “Seria bom se houvesse suplentes”, sugere.
A directora do Okukula pensa na possibilidade de implantar na creche um centro sanitário, a fim de o mesmo encarregar-se de prestar os primeiros socorros à criança acometida por uma febre.
A falta desses serviços obriga a que se recorra a unidades sanitárias nas redondezas, até porque o Hospital Geral de Benguela, maior unidade sanitária, fica a parcos metros de distância. “É importante, porque aqui também temos muitas crianças e é necessário.
Às vezes, as crianças caem ao correr, temos de levar para o hospital. Às vezes é uma coisinha que devia ser feita aqui”, considera, ao reclamar de atitudes de alguns pais e encarregados de educação quando se leva a criança a uma unidade sanitária na sua ausência. “Quando comunicados que a criança foi levada ao hospital, os pais ficam furiosos”, finalizou.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela