A Côte d’Ivoire quer retomar relações normais com o Mali, após o regresso, noSábado (7), de 46 dos seus soldados que tinham estado detidos em território maliano durante quase seis meses.
Segundo o site Notícias ao Minuto, os soldados, detidos a 10 de Julho de 2022, acusados de serem “mercenários” pelo Mali e condenados a 20 anos de prisão, regressaram no dia seguinte a ter-lhes sido concedido um perdão.
Os soldados, vestidos com uniformes militares, saíram um a agitando uma pequena bandeira da Côte d’Ivoire, e foram recebidos fora do avião pelo Presidente Alassane Ouattara.
Seguiu-se, imediatamente, uma cerimónia na presença dos soldados, das famílias e das mais altas autoridades do Estado, e do exército durante a qual Alassane Ouattara disse que queria “retomar relações normais” com o Mali. “Obviamente, agora que esta crise já passou, seremos capazes de retomar relações normais com o país irmão do Mali, que precisa de nós e que nós também precisamos”, afirmou.
A libertação dos soldados tinha sido exigida desde o início pela Côte d’Ivoire, que, juntamente com as Nações Unidas, disse que iria ajudar a garantir a segurança ao contingente alemão de forças de manutenção da paz no Mali, atingido pela violência.
O caso causou uma grande tensão entre os dois países vizinhos com relações já complicadas: o Mali tinha acusado a Côte d’Ivoire de ter incitado os seus parceiros da África Ocidental a endurecer as sanções contra os autores militares de dois golpes de Estado, em Agosto de 2020 e Maio de 2021, sanções essas finalmente levantadas em Julho.