O presidente do Conselho Nacional de Medicina Natural e Tradicional em Angola (CONMENTA), Adriano José Manuel revelou, recentemente, que a sua organização registou duas tentativas de entrada de medicamentos supostamente naturais, que depois de analisados se chegou a conclusão que se tratavam de drogas. As duas tentativas ocorreram nas províncias de e Cabinda
O Conselho Nacional de Medicina Natural e Tradicional em Angola (CONMENTA) esteve reunido no último final de semana, na cidade de Luanda, para juntos debaterem assuntos que dizem respeito à classe, com realce para as práticas nocivas da medicina tradicional e as consequências para os consumidores, o contributo da medicina tradicional/natural para a saúde pública, entre outros aspectos.
Os profissionais da área de medicina natural e tradicional mostraram-se preocupados com a formação profissional para melhor garantia da assistência médica e medicamentosa neste campo, bem como a organização e regulamentação do sector para dinamizar o seu desenvolvimento.
Em entrevista a OPAÍS, o presidente do CONMENTA, Adriano José, disse que, em 2021, a sua organização registou dois casos caricatos de importação de supostos medicamentos naturais que deixaram a desejar a classe. Um dos colegas constatou o primeiro facto quando se dirigiu aos correios e viu sacos a serem descarregados, e quando questionou de que se tratava, responderam- lhe que eram medicamentos naturais, como moringa, que passaria de Luanda para um país do ocidente. As suspeitas continuaram o que fez levantar uma investigação”, disse.
Quando aquela organização pediu uma porção do produto para ser analisada, chegou-se à conclusão que não se tratava de moringa e sim droga.
Outro episódio deu-se na província de Cabinda, segundo o entrevistado, onde foi detectada a entrada de um suplemento nutricional supostamente natural que, depois de analisado, era droga. Para evitar situações do género, o CONMENTA passou a trabalhar com o Ministério da Saúde, no sentido de aumentar a fiscalização, de modo a reter estes produtos que entram com rótulos de medicamentos naturais quando afinal são drogas.
Queixas de fármacos adulterados Por outro lado, Adriano José Manuel lamentou o facto de, no exercício das suas funções como naturopata biomédico, muitos dos seus pacientes se queixarem que foram medicados com fármacos inadequados e alguns mesmo fora do prazo de validade, uma situação que tem vindo a preocupar a classe. Explicou que está na base deste comportamento a falta de for- mação de muitos dos cidadãos que exercem a medicina natural/tradicional.
Recordou que a sua instituição, que foi criada em 2004, por orientação do Governo angolano, de modo a promover a medicina natural pura e trabalhar como parceira do Estado, criou um órgão onde estejam todos agregados. “Hoje, há a necessidade de se separar o trigo do joio. Por isso, pessoas com práticas de ciências ocultas não devem estar na mesma organização, agora sob tutela do Ministério da Saúde”, disse. Adriano Manuel terminou dizendo que a sua organização é promotora da medicina natural pura ou complementar e conta com cerca de mil associados a nível nacional.
Ainda assim, há alguns cidadãos que exercem ciências ocultas e fazem-se passar por profissionais de medicina pura.“Os verdadeiros naturopatas estão identificados com cédulas profissionais, tal e qual se procede na medicina convencional, e é do conhecimento do Ministério da Saúde. E temos formação básica, médio e superior”, sublinhou