De acordo com educadores deste estabelecimento privado, a ideia é abordar o fenómeno de forma descontraída e animada para que os infanto-juvenis não carreguem o sentimento de culpa maior
A sub-directora pedagógica do Colégio Angolano de Talatona, Célia Fontes, considerou, ontem, que o facto de haver indicativos de consumo de ácool a partir de idades muito tenras deve preocupar a sociedade, sobretudo os pais, familiares e quem lida com a juventude.
“O consumo de bebidas alcóolicas deve ser contido e os jovens devem ter, muito cedo, está indicação que, apesar de haver um consumo socialmente aceite, há necessidade de haver um controlo e o conhecimento dos malefícios desse uso”, disse a sub-directora pedagógica, para quem a adolescência constitui uma fase de quase todas as curiosidades e descobertas. Célia Fontes referiu que a responsabilidade de sensibilização e orientação cabe a todos os educadores.
Neste contexto, chamou atenção para não se entender apenas os professores como educadores, mas toda sociedade, a quem se recomenda o papel de guiar os infanto-juvenis da melhor maneira. Para a instrutora, os grandes modelos de comportamento vêm de casa, sejam os melhores ou os menos bons, o que, no seu entender, deve transformar a casa num verdadeiro parceiro da escola e vice- versa. Na tentativa de apontar alguns factores que influenciam o começo do consumo, referiu-se sobre o ambiente envolvente que as crianças têm, designadamente, na família, nas amizades e outros círculos que frequentam.
Ela acha que fica dificil associar às crianças a certas razões. Por isso, preferiu falar da urgência de reinseri-los quando se encontram nessa situação. “Mas, primeiro, eles têm de estar conformados, tem de se falar abertamente sobre as coisas, para não as descobrirem fora”, avisou Célia Fontes, sublinhando que as escolas ganham uma atituide fundamental ao falar sobre essas varias questões, tal como têm feito com os problemas do ambiente, lixo, das relações sexuais e prevenção.
A acção se enquadra no programa internacional SMASED, desenvolvido no Reino Unido, que visa partilhar informações com estudantes sobre os riscos associados ao consumo de álcool por menores. Em Angola, está implementado desde o ano passado, tendo envolvido, até ao momento, cerca de 16 mil estudantes em mais de 70 escolas do país.