Por conta do processo de mudança política que se verifica no país após as eleições gerais de 2017, obriga-se os cidadãos a ansiarem por uma nova vida, com um olhar de esperança quanto ao futuro. Na hora do adeus a 2017, entre saudades e anseios de boas-vindas a 2018, os citadinos de Malanje sugerem uma sociedade nova e corporativa, compenetrada no bem-estar colectivo.
POR: Miguel José, em Malanje
Os cidadãos malanjinos, na hora da virada, crêem que o ano de 2018 vai trazer maiores benefícios à população local, a julgar pela actual filosofia de governação que está a ser patenteada pelo presidente João Lourenço. Na azáfama da despedida do fim do ano, os cidadãos interpelados pelo OPaís caracterizaram 2017 como sendo o ano da mudança que o país precisava, em busca do progresso sustentável, capaz de proporcionar uma satisfação sócio-individual, à medida da dignidade colectiva dos angolanos.
No entanto, um novo ano com uma vida nova, acalenta o sonho dos cidadãos desta parcela territorial de Angola desejosos em ver o bem-estar social e económico integrados no seio da sociedade. O funcionário público, Manuel Kituxi afiançou que o ano de 2017, do ponto de vista político, estabeleceu uma nova forma de os cidadãos conceberem o país e, consequentemente, a sociedade, como bem comum de todos, fruto da mudança governativa resultante do último pleito eleitoral.
“Hoje temos uma nova maneira de encarar e abordar o país, já que começa a despontar o sentido de cidadania nas pessoas. Hoje a diferença de opinião já faz parte da nossa agenda de convivência social, sem qualquer mau olhar”, apreciou. – Ou seja, o funcionário público considera o ano que acaba de nascer como mais um entre os vários já passados, e tudo depende da atitude e do comportamento das pessoas em face dos pontuais desafios. Sendo que o passado constitui uma referência na qual se apoia o presente e se reflecte a projecção do futuro, com base em bons exemplos, porém, em função dos principais acontecimentos que dominaram os 365 dias do ano, ora terminado.
O activista social, Paulo Jorge, destacou a transição governativa, não só pela eleição do novo chefe de Estado, mas, sobretudo, por oferecer um cenário diferente daquele que imperou durante os últimos anos. “A transição da hierarquia presidencial, por via do voto popular, para mim constituiu o maior feito de 2017, já que tem estado a traçar uma nova ordem no contexto político e social do país”, sublinhou. Adiante, o activista, declarou que o actual cenário político do país, embora assent apenas em promessas, já está a despertar nos cidadãos um profundo sentimento de aceitação e esperança, quanto à satisfação colectiva.
A estudante, Teomara Miguel, supos que se o curso do ano de 2017 dependesse da vontade das pessoas, seria delongado em mais 365 dias, não por ter sido extraordinário, no que diz respeito à melhoria das condições sociais, individuais ou colectivas, mas sim por ter dado um passo qualitativo que vislumbra a construção de uma sociedade capaz de satisfazer os anseios dos cidadãos. “As mudanças que começaram a ser operadas, em 2017, pelo presidente da República, fazem renascer em mim a esperança de uma sociedade organizada, justa, merecedora da minha absoluta confiança”, confessou.
Sonho da virada
Se na hora do adeus o passado comove a gente de saudades, o nascimento do novo ano é uma variável latente que, também, transborda emoções no ámago do povo. Nesse momento, as expectativas e os anseios, tornam as pessoas ávidas de prenunciarem aquilo que precisam para as suas vidas. Para tal, sonhar passa a ser um acto comum, natural, que se engendra na mente das pessoas, inerente ao sentimento de procura, de conquista, de batalha, para o alcance dos objectivos que se propõem para o futuro. No caso, o cidadão Salomão Malanga lançou o desejo de ver instaurada, a partir de 2018, uma sociedade equilibrada e justa, sustentada nos princípios de cidadania. “É importante que todos nós, enquanto cidadãos, tenhamos oportunidades iguais, sem qualquer tipo de descriminação social, tendo como propósito a coesão nacional.
Aliás, através dos sinais dos tempos, creio que em 2018 as coisas serão melhores”, aludiu. Para Teomara Miguel, o ano por ser um campo abstrato, não traduz absolutamente nada, se as pessoas não souberem aproveitar cada momento dos seus dias. Por isso – acrescentou – o ano de 2018 é ainda um sonho que para se tornar realidade precisa do empenho de toda a sociedade, quer no plano individual, quer no âmbito colectivo. “Para mim, esgotado que está o período de graça, espero que em 2018, do ponto de vista social, as promessas feitas em 2017 comecem a ser cumpridas a contento da população”, alegou. Já o activista cívico, Paulo Jorge, augura que em 2018 se melhore os salários dos funcionários, não só no sentido de lhes conferir mais dignidade, mas também para garantir maior sustentabilidade social das famílias angolanas.
Porém, com o poder de compra aquém das necessidades básicas, os constrangimentos com que se deparam as famílias no dia-a-dia, em adquirir os bens de consumo, torna vulnerável a condição dos trabalhadores. “Entre as várias promessas de governação, eu gostaria que o salário fosse ajustado à realidade do mercado, para que as pessoas e as famílias consigam ver satisfeitos os seus anseios”, referiu. De igual modo, sugere que o combate à corrupção e outros males que enfermam a sociedade devam ser praticados com determinação e rigor em 2018, para que o país quebre a vaga dos vícios e ganhe novo rumo, para a revitalização e estabilização económica e social, sustentável. Mas, para tal desiderato, defendeu ser imprescindível maior participação das pessoas na vida da sociedade. “Mais do que lamentar ou criticar, é preciso que os cidadãos exerçam a cidadania no sentido de todos contribuirmos para a melhoria do Estado e, obviamente, dotarmos a sociedade com maior qualidade”, apelou.