As províncias com maior índice de agressões e ameaças contra os agentes da ENDE são Luanda, Cabinda, Uíge, Lunda Sul e Benguela. A ENDE mostra-se preocupada e busca a melhor forma de resolver este problema
“É uma situação preocupante”, disse Osvaldo Kilo, do Gabinete de Comunicação e Imagem da ENDE, salientando que quase todos os dias “os nossos técnicos são maltratados no exercício das suas funções, um acto repugnante e reprovável a todos os níveis”. Nos últimos dois anos registaram mais de 50 casos, que envolvem agressões (físicas e moral) e ameaças (verbal e com recurso a objectos contundentes).
O registo de agressões ou ameaças vêm de todo o território nacional, tendo as províncias Luanda, Cabinda, Uíge, Lunda Sul e Benguela, como as que mais pintam o gráfico. Questionado sobre o registo de reclamação por parte dos clientes da péssima actuação dos agentes, e que possivelmente tem motivado a reacção agressiva dos clientes, Osvaldo Kilo disse que têm recebido reclamações sobre isso. Reconhece que há alguns excessos, que têm combatido, com formações sobre atendimento ao público.
Defende que, independente da situação, agressão não deve ser a solução, pelo que apela aos cidadãos, sempre que se sentirem desconfortáveis com a actuação de um técnico da ENDE, por exemplo, façam uma reclamação e certamente a instituição dará solução da mesma. “Somos servidores públicos e a nossa missão é proporcionar às famílias um serviço de qualidade. E é esta a orientação que temos passado aos nossos técnicos. Devem abordar os clientes, de acordo com os princípios fundamentais e boas maneiras”, disse.
O grande problema consiste no facto de muitos clientes alegarem sempre ter as contas de energia pagas, mas recusam-se em apresentar o documento que comprova isso. Por outra, recebem a notificação, mas não respondem e, em muitos casos, quando a equipa aparece para fazer o corte é que se preocupam em pagar. Partindo do princípio de que toda acção tem sempre uma reação, Osvaldo Kilo disse que aqueles que partem para agressão, por mais que tenham razão, têm sido responsabilizados criminalmente.
Sem precisar o número de casos, relatou que houve situações que fizeram a participação da ocorrência à unidade da Polícia Nacional e o devido acompanhamento que se impõe, até às últimas instâncias. E os implicados foram responsabiliza- dos criminalmente. “Para a ENDE, todos os casos são graves. Os casos mais mediáticos ocorreram recentemente em Luanda, no município de Cacuaco, onde um indivíduo agrediu o técnico da ENDE, por cima do telhado, fazendo recurso a uma faca. Outro aconteceu em Viana, onde um agente da polícia usou a arma de fogo para dispersar os técnicos da ENDE. Nos dois casos, os acusados foram detidos”, conta.