O inquérito sobre a morte da cidadã Emília Francisco, de 66 anos, no dia 2 de Dezembro, no Hospital Geral do Bengo concluiu haver incumprimento do protocolo de atendimento da paciente no banco de urgência, informou Terça-feira o Governo Provincial.
Emília Francisco foi picada no pé por uma centopeia e recebeu tratamento no banco de urgência do Hospital Geral do Bengo, em Caxito, mas recebeu alta do corpo clínico em serviço, apesar de queixar-se de muitas dores, acabando por falecer horas depois.
“Macroscopicamente, dado ao quadro clínico caracterizado por extensa perda de tecido celular subcutâneo/ queimadura de segundo grau, desde o terço superior ao inferior da coxa circular/ septicemia a paciente não deveria ter uma receita e ser orientada para o tratamento em casa, visto que o correcto seria mantê- la em observação para a diferenciação posterior”, explica o documento.
A comissão de inquérito chegou a conclusão que houve falta de comunicação entre os profissionais e a acompanhante da paciente, denotando que por falta de preenchimento do registo clínico não houve nenhum pedido de exames complementares de diagnóstico e sinais vitais.
“Houve falta de acompanhamento da equipa multidisciplinar ao doente que se encontrava na SO – os profissionais da enfermagem no exercício das suas funções não devem abandonar o paciente no meio do tratamento sem garantia de continuidade de assistência, salvo em caso de absoluta força maior, tanto é que quem deve definir o destino do paciente é a equipa de enfermagem e não o familiar”, explica. Nesta perspectiva, está em curso a constituição de um processo disciplinar à equipa médica para posterior medidas que se impõe.