Está temporariamente cortada a ligação entre as províncias de Benguela e do Huambo devido ao volume de água que o rio Halo, na comuna do Wiyangombe, no Caimbambo, recebe, em consequência das fortes chuvas. Especialistas apontam a falta de regularização do rio como causa deste problema, por conta do qual sugerem uma intervenção técnica urgente
As partes laterais sobre as quais assenta a ponte sobre o rio Halo está a ruir, um cenário provocado por fortes chuvas que se registam nos municípios da Ganda, Cubal e Caimbambo. Em declarações a este jornal, alguns técnicos da Administração Municipal do Caim- bambo confidenciaram que tal se deveu, fundamentalmente, à falta de regularização do leito do rio. As nossas fontes, muitas das quais chamadas urgentemente para o local, sustentaram, porém, que há muito que a ponte carecia de uma intervenção devido ao estado de degradação da infra-estrutura.
A esse factor, os nossos interlocutores associam à falta de regularização do leito, a fim de que as águas tomem um curso definido. “Aqui nós devíamos, pela dimensão do rio, ter os diques bem cons- truídos, para as ruas terem um único curso. Ao que parece, por aqui- lo que estamos aqui a constatar de hoje não passa, se não houver intervenção, essa ponte é capaz de cair”, realçou um técnico, que não se quis identificar, por não ter sido autorizado a prestar declarações.
A equipa de reportagem do jornal OPAÍS constatou, no local, o movimento de agentes reguladores a desviar o trânsito para a via alter- nativa, passando pelo município do Chongoroi. Vários automobilistas, entre os quais camionistas, com quem este jornal conversou, falaram em enormes constrangimentos, por- quanto vai atrasar uma viagem que, em condições normais, do Huambo para Benguela e vice- versa, se fazia em 6 horas fica, agora, há cerca de dez horas.
Muitos dos camiões iam carregados de bens alimentares e bebidas. “Estas vias que nos falam estão mesmo mal. As coisas aconteceram tão depressa e não foram melhoradas”, disse um dos nossos interlocutores. De salientar que automobilistas reclamam de deficiência das vias alternativas. Até à altura em que a nossa reportagem se fez ao local, apenas o tráfego pesado é que estava a ser desviado para a comuna da Capupa.
Entretanto, o administrador municipal do Caimbambo, José Ferreira, assegurou, em declarações ao jornal OPAÍS, via telefónica, que tinha sido já encerrado o trânsito naquela estrada e que a mesma vai ser intervencionada. O Governo Provincial de Benguela já está a par do caso e, em função disso, fez deslocar uma equipa de técnicos do Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA).
Assim como a ponte sobre o rio Halo, a do Kavilumba, no mesmo corredor, a poucos quilómetros do Cubal, também vai dando sinais de alguma cedência. Esse cenário surge numa altura em que o ministro das Obras Públicas, Carlos Alberto Fonseca, anunciou, em Janeiro, na província do Huambo, a intervenção na estrada nacional número 260. Este jornal constatou, recentemente, no município do Longonjo, no Huambo, a execução da primeira fase dos trabalhos, estando o trânsito desvia- do para dentro de uma vila.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela