Lotes de carteiras e diverso material didáctico foram oferecidos à direcção da instituição para garantir o ano escolar às mais de 100 crianças que o lar alberga
Por: Domingos Bento
Para garantir o ano lectivo 2018 às crianças acolhidas no lar Santa Rita de Cássia, a Associação dos Chineses Voluntários doou àquela instituição, um lote de carteiras, material escolar, vestuário e calçado, que vão assegurar um período escolar sem sobressaltos.
O gesto, que emocionou tanto a direcção do centro bem como as crianças ali residentes, vem na sequência de um conjunto de acções que o grupo de cidadãos chineses residentes em Angola vêm realizando em várias comunidades carenciadas, visando minimizar as suas dificuldades sociais..
No entanto, além dos materiais recém-doados, os chineses ajudaram ainda na requalificação, pintura e demais apetrechamentos das 11 salas de aulas que o centro alberga onde estudam as crianças da iniciação a 7ªclasse.
Na ocasião, o grupo ofereceu igualmente cerca de meia tonelada de alimentos diversos que vão manter a dieta alimentar dos meninos e meninas que foram parar ao centro por diversas razões. Em entrevista a OPAÍS, João Chang, porta-voz da Associação dos Chineses Voluntários, ressaltou que desde o ano passado, o grupo tem vindo a ajudar a superar as suas dificuldades.
Assim, além da doação destes materiais, o responsável avançou que, ao longo do ano, o grupo vai fazer um acompanhamento permanente das crianças e ajudar na resolução dos problemas pontuais que forem aparecendo. Também assegurou a prestação contínua da assistência médica aos internados nas mais diversas especialidades clínicas.
“A gente olha para estas crianças e vê em cada uma delas um futuro homem que pode ajudar Angola a ser um país melhor para viver. É por isso que nós, os chineses, estamos permanentemente preocupados com a sua situação e prestamos o nosso apoio sempre que necessário”, frisou. De acordo ainda com João Chang, além da Associação dos Chineses Voluntários, também a Associação das Mulheres Chinesas em Angola solidarizaram-se com a instituição e vão, doravante, prestar o seu apoio naquilo que for necessário.
“Todos esses produtos e materiais doados foram adquiridos com as nossas contribuições. Todos os chineses da associação contribuem, mensalmente, com uma verba que é depois utilizada para prestar esse tipo de apoio”. Segundo João Chang, além de ganharem dinheiro, os chineses em Angola foram exortados a contribuir para a melhoria das condições de vida dos mais necessitados, sobretudo os grupos mais vulneráveis, entre elas as crianças, idosos e doentes.
Por esta razão, disse, há cada vez mais interesse em identificar, apoiar e acompanhar as comunidades mais carenciadas para que, quando for possível, prestarse a assistência. “Para nós, é mais importante que as crianças vivam em paz sem necessidade de se importarem com as dificuldades. Quando pensamos em doar esses materiais, era pensando no bem estar e no bom ano escolar delas”, confessou.
A esperança
Por seu lado, Nsanga Nicole, directora do centro de Acolhimento Santa Rita de Cássia, referiu que desde que os chineses conheceram o Centro, em Dezembro do ano passado, as dificuldades na instituição têm vindo a minimizar de forma gradual. Conforme salientou, é graças ao apoio prestado pelo grupo de cidadãos chineses que o Centro tem conseguido manter a alimentação, a saúde e o vestuário das crianças.
“Eles são a nossa esperança. Prestam grande ajuda ao nosso Centro. Mesmo nos momentos mais difíceis, quando estivemos a ser acusados de uma série de calúnias e difamações, os chineses nunca nos largaram. Estiveram sempre ao nosso lado. E esse gesto de garantir o ano lectivo às nossas crianças nos anima bastante. Estamos felizes, porque é um grande peso que nos foi tirado”, congratulou-se.