Foram necessárias mais de quatro horas para se extinguir por completo as chamas. Entretanto, a empresa garante, em comunicado de imprensa, que este facto não vai afectar o seu normal funcionamento.
POR: Afrodite Zumba
Um incêndio de grandes proporções consumiu, ontem, as instalações da empresa Angola Environmental Serviços (AES), prestadora de serviços à Sonangol Integrated Logistic Services (SONILS), no bairro da Boa vista, em Luanda. Segundo relatos de moradores, as chamas começaram por volta das 6h00 da manhã e ganharam maior proporção às 7h00, à medida que as chuvas que se abateram sobre a cidade de Luanda diminuíam de intensidade. “É um risco para todos nós que aqui vivemos. Tive de sair com as crianças porque a minha casa foi invadida pelo fumo,” explicou Fineza Nelson, residente na Rua do Zé Gama.
A mesma sorte não teve uma das suas vizinhas, asmática ( padece de problemas respiratórios), que devido ao forte odor tóxico no local desmaiou e foi levada às pressas para o Hospital Josina Machel, na Maianga. Em função dos riscos que alega estarem propensos, a cidadã, que reside nesta zona há mais de 20 anos, defende que o Estado deve realojar a população, pois teme que situações semelhantes aconteçam e não consigam sair ilesos. “Querem matar-nos aos poucos. No ano passado houve fuga de gás e agora este incêndio”, dizia, apontando em direcção ao fumo.
Por seu turno, Daniel Sequeira, morador daquele bairro há 37 anos, considera que, tendo em conta os incidentes anteriores, as autoridades competentes já deveriam ter tomadas medidas para que se faça a transferência dos munícipes, deixando a área reservada somente para os trabalhadores das empresas petrolíferas. “Muitos moradores não foram trabalhar e algumas crianças não foram à escola”, lamentou. Até às 13horas de ontem, altura em que a equipa de reportagem deste jornal entrou na base da Sonils, uma vasta equipa de bombeiros ainda se encontrava empenhada no combate às chamas.
Governador apela à calma e diz que a situação está controlada
Por seu turno, o governador da província de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho, que se deslocou ao local para constatar “in loco” os factos, apelou à calma os moradores, alegando que a situação estava controlada. Segundo o governante, ainda não foram definidas as causas do incêndio. Entretanto, uma equipa de técnicos da Sonils estava encarregada de fazer alguns testes para avaliar o nível de poluição do ar. Indagados sobre os prejuízos, afirmaram que só vão poder ser definidos “depois da reunião multissectorial com responsáveis da Sonils, do Porto de Luanda, da Polícia, Bombeiros e do Ministério da Ambiente”.
Entretanto, apesar de as causas do incêndio ainda serem desconhecidas, um dos funcionários de uma das empresas que operam no local, que preferiu falar sob o anonimato, aponta a possibilidade de a água da chuva ter entrado em contacto com algum gás tóxico e causado a combustão. Por outro lado, a fonte acredita que a mesma ganhou maior proporção porque havia poucos trabalhadores naquele período. Entretanto, a direcção da SONLIS, em comunicado à imprensa, afirma que não foram registadas perdas humanas, apesar da gravidade e prejuízos resultantes da destruição de equipamentos e matérias-primas, mas garantiu, por outro lado, que este facto não vai colocar em causa o seu normal funcionamento.