O número de residências reconstruídas no município de Icolo e Bengo, no âmbito da campanha denominada “Cimento, Tijolo e Tinta”, chegou a 325, desde o seu arranque em Fevereiro do ano em curso. O projecto da administração local está a imprimir uma nova imagem àquela parte de Luanda
As ruas da Vila de Catete, sede municipal, estão com novo encanto.
As paredes das casas que, uma a uma, dão forma peculiar ao espaço, mostram-se reluzentes com as cores vivas e alegres que ofuscam as marcas de um passado, aparentemente, de abandono.
Os verbos revitalizar e restruturar foram postos na lista dos objectivos da campanha, para definir a acção sobre os edifícios antigos, inacabados e abandonados, ao nível da vila, que desejosa de outra visibilidade, nas palavras do administrador municipal de Icolo e Bengo, Nelson Lopes Funete.
O esteio do projecto está alicerçado em “Cimento, Tijolo e Tinta”, no sentido de, com estes elementos, aplicar reboco, pavimento, pintura, e erguer muros de vedação, nas ruas onde se vislumbram, hoje, casas adornadas de cor amarela, verde, lilás, laranja, rosa e de outros tons.
A aplicação de portas e janelas, instalações eléctricas e canalização, constam do bónus dos trabalhos de melhorias que estão a decorrer nas ruas da Rotunda e das Morenas, arredores da Vila de Catete, e nas comunas de Cabíri e Cassoneca.
O projecto em progresso já assinala o registo de 325 casas reconstruídas e 20 construídas de raiz, segundo os dados do administrador Nelson Funete.
“Com a Campanha “Cimento, Tijolo e Tinta”, até ao momento, já conseguimos reconstruir um total de 325 casas, e construímos de raiz mais de 20 residências para a população mais carenciada do município de Icolo e Bengo”, adiantou.
População alegre pela nova realidade Sulamita Pedro afirma que se trata de um projecto louvável, por considerar que melhorou o estado das casas que estavam, anteriormente, em condições indesejáveis.
“Hoje, as casas estão mais bonitas e o bairro mais organizado. Antes, as casas estavam muito antigas e o bairro parecia estar triste.
Agora, o bairro está mais bonito e as cores estão mais destacadas”, expressou a sua satisfação. Chegou ao Icolo e Bengo após decidir deixar a antiga casa, no município do Kilamba Kiaxi, à procura de um lugar de maior calmaria.
A segurança é também um dos activos que seduziu Cleo Patrã a preferir a zona, onde, até então, o estado das estruturas arquitectónicas era a sua única reclamação.
No entanto, esta munícipe diz estar agradecida pelas políticas de administração do actual administrador de Icolo e Bengo, que, como disse, está a dar nova imagem à zona, que considera ganhar maior valor e destaque depois das obras de remodelação.
“Este projecto melhorou muito a estética do bairro. Há pessoas, inclusive, que vêm realizar eventos aqui. E quando digo que eu vivo na Rotunda, as pessoas dizem que estou num bom sítio. Todos elogiam o que eles fizeram”, concluiu.
Sem querer pressionar a administração local, Cleo Patrã diz que falta apenas resolverem a situação da água. “A dificuldade maior é mesmo a água.
Por vezes, a pessoa chega atrasada ao serviço, porque teve de ir procurar água”.
As obras da casa desta cidadã, que também estava a ser intervencionada, estão paralisadas depois de suposto desentendimento entre o proprietário e o administrador.
Conta que a administração decidiu parar as intervenções por terem apresentado queixas de desaparecimento de pertences, no interior da sua casa, durante a execução das obras, atribuindo suspeita aos técnicos em serviço que, além disso, partiam propriedades como bacias. “Eles pararam os trabalhos.
No nosso quintal, cimentaram apenas um lado, e aqui quando chove esta terra não presta.
A pessoa não consegue sair de um lado para o outro.
A tendência é cair”, queixou-se. A satisfação é enorme para Fernando Xavier que não esperava ver a zona nas condições em que se apresenta, actualmente, pelo que, apelou ao administrador a prosseguir com a iniciativa.
O aspecto novo, acrescentou, está a atrair pessoas de outras zonas que movimentam a Vila de Catete, para onde se dirigem para testemunharem as mudanças e aproveitar o “belo” para produzirem fotos marcantes.
“Antes aqui não estava assim.
As pessoas não estimavam, mas, agora, estimam. Aqui, agora, aparecem carros que nunca passaram por aqui.
Ficam a fazer muitas fotos. Estamos satisfeitos”, disse.